segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Espionagem dos EUA tem razão econômica e atingiu Petrobras, Google e diplomacia francesa, diz TV

A NSA, agência de segurança dos Estados Unidos,
espionou, além da presidente Dilma Rousseff, a
Petrobras, o setor de infraestrutura do Google e a
diplomacia francesa, segundo reportagem exibida
neste domingo (8) no "Fantástico", da Rede Globo.

A reportagem foi produzida em parceria com o
jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que
obteve documentos ultrassecretos repassados por
Edward Snowden, ex-agente da NSA, atualmente
asilado na Rússia.
Os documentos revelados na reportagem são de
uma apresentação da NSA para novos agentes,
realizada em junho de 2012. Nela, a agência
explica como é feita a espionagem a determinadas
empresas e órgãos.
A Petrobras aparece logo no início da
apresentação, junto com a infraestrutura do
Google, a diplomacia francesa e a rede da Swift,
cooperativa que reúne alguns dos principais
bancos de dezenas de países. Os nomes de outras
instituições espionadas foram apagados na
mesma apresentação da NSA.
A apresentação mostra ainda que foi criada uma
pasta com o nome da Petrobras, em função da
grande quantidade de informações que a NSA
dispõe, o que indica que a estatal está sendo
espionada há algum tempo. Os documentos não
mostram o conteúdo que teria sido espionado.
A espionagem foi feita na rede privada de
computadores da Petrobras, que contém
informações sigilosas sobre a estatal, a maior
empresa do país, com faturamento anual superior
a R$ 281 bilhões.
Líder mundial na exploração de petróleo em
águas profundas, a Petrobras possui dois
supercomputadores utilizado para pesquisas
sísmicas. Os equipamentos foram usados no
mapeamento do pré-sal, por exemplo.
A invasão da rede da estatal pode beneficiar, por
exemplo, empresas americanas interessadas no
leilão do pré-sal, maior leilão de petróleo da
história do país, que deve ocorrer nos próximos
meses. As interceptações ilegais podem colocar os
detentores das informações em situação de
vantagem nos leilões.
Em outro documento a NSA indica que a
espionagem tem motivação econômica, política e
diplomática, contrariando o que a agência dizia até
então, que a motivação era combater o
terrorismo.
O conteúdo das interceptações seria repassado à
Casa Branca, à diplomacia dos EUA e ao serviço
secreto norte-americano.
De acordo com a reportagem, os documentos da
NSA que indicam ter havido espionagem da
Petrobras são ultrassecretos, e as informações só
podem ser compartilhadas com os líderes de
quatr países aliados dos Estados Unidos:
Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
Os documentos obtidos pela reportagem
mostram ainda que a agência inglesa de
segurança, a GCHQ, também teria praticado
espionagem ilegal.

Segundo o "Fantástico", a NSA foi procurada e
afirmou que a espionagem não é utilizada para
obter vantagens, mas se recusou a explicar o
motivo das interceptações. Em outra nota, a
agência disse que monitora dados econômicos
para evitar crises financeiras.
O Ministério das Relações Exteriores britânico
também foi procurado, mas disse que não iria se
manifestar sobre questões que envolvem a
inteligência do país. A Petrobras também não quis
comentar as denúncias.
Tensão diplomática
Esta é a segunda reportagem exibida pelo jornal
que foi feita em parceria com o jornalista Glenn
Greenwald. A primeira, exibida há uma semana,
mostra que os EUA espionaram a presidente
Dilma Rousseff . Em entrevista ao UOL ,
Greenwald afirmou que "o Brasil é o grande
alvo" da espionagem norte-americana
.
Na semana passada, durante o encontro do G20,
Dilma se reuniu com o presidente dos EUA, Barack
Obama, e, segundo ela, cobrou explicações
detalhadas da suposta espionagem.

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