O corpo envelhece. Isso é fato. Possível é
tentar retardar ao máximo esse processo.
Para as mulheres, isso é quase uma regra.
Tratamentos cosméticos, cirurgias plásticas,
truques de beleza são feitos para melhorar e
para prevenir aspectos físicos não desejados.
Nesse cenário, porém, a região íntima quase
nunca é lembrada.
"Muitas mulheres cuidam do rosto com
plásticas, botox, dos cabelos, mas a região
íntima está prejudicada. Deveriam dispensar
atenção a ela", diz o ginecologista Eliano
Pellini, chefe do setor de saúde e medicina
sexual da Faculdade de Medicina do ABC.
Ele aponta questões como falta de
lubrificação ou de elasticidade como
problemas aos quais as mulheres podem não
dar muita importância.
Uma vida sexual ativa ajuda a manter a saúde
da região e a perceber se há algo diferente. Já
mulheres que por qualquer razão ficam sem
praticar sexo por um tempo podem não notar
que a vagina está envelhecendo. Veja quais os
principais sinais e como prevenir.
Lubrificação
A região íntima é naturalmente lubrificada. E
essa condição oscila levemente ao longo do
mês, de acordo com o estágio do ciclo
menstrual. Se os níveis hormonais estão
equilibrados e a mulher ainda não entrou na
menopausa, ela deve ser suficiente para
manter a saúde. Qualquer alteração indica que
algo não vai bem e pode levar a infecções.
Vale ressaltar que a lubrificação natural é
diferente da exigida para a atividade sexual.
As que fazem uso de métodos contraceptivos,
como pílula e DIU, têm a lubrificação natural
alterada. Uma verificação dos níveis
hormonais pode apontar se existe algo a ser
corrigido e se o problema pode exigir o uso
de hidratantes específicos. Na menopausa, a
falta de lubrificação pode até impedir o ato
sexual e, nesse caso, é possível seguir terapia
de reposição hormonal ou fazer uso de
lubrificantes vaginais.
Atrofia
A vagina tende a atrofiar com a idade, os
pequenos lábios e clitóris, por exemplo, ficam
menores. "Mulheres com 60, 65 anos podem
ter a região íntima parecida com a de uma
menina", afirma Eliano Pellini. Isso pode
atrapalhar a vida sexual, mas tem como ser
prevenido com terapias de reposição
hormonal. "Os ovários podem estar na
menopausa há 15 anos, mas a vagina
consegue estar igual", diz o médico. Cremes à
base de hormônios masculinos também
ajudam a tratar a atrofia.
Vida sexual
A melhor maneira de garantir a jovialidade da
região íntima é não deixá-la parada. "Vagina
deve ser treinada e mantida ativa", avisa
Eliano Pellini. Portanto, invista na manutenção
de uma vida sexual saudável. O médico
ressalta que pessoas têm investido numa vida
sexual ativa além da terceira idade devido à
popularização de remédios que viabilizam a
ereção masculina. "As mulheres precisam
pensar que precisam ter uma região íntima
para acompanhar esse parceiro", enfatiza.
Cuidados básicos
O uso de sabonetes comuns pode alterar o pH
da região vaginal. Cuidar da higiene com
produtos específicos colaboram até para
hidratação. Outro cuidado é o de manter a
área ventilada, mas protegida. Cuidado ao
escolher o material das peças íntimas e das
roupas.
Manutenção do peso
Além de evitar problemas de saúde associados
aos quilos extras, que podem incluir até
riscos de doenças cardíacas, excesso de peso
prejudica a região íntima, pois pode provocar
a queda dos órgãos internos (útero, ovários,
tubas uterinas, além da bexiga e dos grossos
canais musculares que formam vagina, reto e
uretra ) sobre ela, causando desde
incontinência urinária à retenção. O problema
é chamado de prolapso vaginal e pode ser
provocado por retirada do útero,
enfraquecimento dos músculos devido à
idade, cirurgias, entre outros fatores.
Malhação
Assim como muitas mulheres praticam
exercícios para garantir o tônus muscular de
partes externas do corpo, é possível exercitar
os músculos íntimos com práticas como a do
pompoarismo ou movimentos para o assoalho
pélvico, como os movimentos de Kegel. Isso
também ajuda a prevenir incontinência
urinária.
Pelos brancos
Assim como os cabelos, outras partes do
corpo podem apresentar despigmentação dos
fios, como a íntima. Se o aspecto incomodar a
mulher a ponto de atrapalhar sua vida sexual,
o médico Eliano Pellini recomenda depilar
totalmente a região. Tingir não é
recomendado devido aos riscos de alergias
devido ao uso de produtos químicos. "Vai
passar sensação de jovialidade ao parceiro e
evitar o desconforto de tingir", reforça.