domingo, 4 de novembro de 2012
Galerias de Nova York são devastadas pelos efeitos de Sandy
Porões inundados até o teto e
obras de arte danificadas - algumas
para sempre. Esta é a realidade de
quem administra ou trabalha em pelo
menos uma dúzia de galerias do
bairro nova-iorquino de Chelsea, após
a tempestade Sandy.
Nos últimos dias, foram postadas na
internet dezenas de vídeos, fotos,
relatos e pedidos de ajuda que
mostram que a região mundialmente
conhecida como o coração artístico de
Manhattan também foi brutalmente
afetada pela catástrofe da semana
passada e, no momento, luta para se
livrar da lama e da água com a ajuda
de pás, baldes, geradores e bombas
de sucção. Ainda falta luz na região.
Impulsionadas por ventos de até
130km/h, as águas geladas do Rio
Hudson tomaram as ruas e invadiram
com violência diversas galerias -
sobretudo as situadas entre a 10ª e
11ª avenidas - e chegaram a atingir 1,5
metro de altura no térreo de algumas
delas. Sandy não poupou ninguém.
Afetou de forma desoladora tanto um
pequeno sebo de livros, que precisou
pedir ajuda a clientes via Facebook
para iniciar o processo de limpeza,
quanto os três espaços expositivos do
marchand Larry Gagosian. Sua galeria
na Rua 21 foi inundada por 1,2m de
água, cobrindo parte de uma
escultura de Henry Moore que havia
sido instalada antes do furacão.
Segundo o site da revista "Artinfo",
que mostra em vídeo como obras de
arte têm convivido com água e lama,
estão na lista de afetadas as galerias
R 20th Century, Rachel Uffner,
Postmasters, Eyebeam e Zach Feuer. A
página diz ainda que o New Museum e
o Storm King Art Center também
foram atingidos, mas não detalha de
que forma.
De acordo com o jornal "The New
York Times", quem circula pela região
ouve o ruído insistente de geradores e
bombas, que, desde quarta-feira,
jogam nas ruas litros e litros de água
retirados de porões e armazéns. Rodo
e balde também estão por todos os
lados. Vale tudo.
"Esperávamos 30cm, mas a água
chegou a 1,2m", contou ao "The New
York Times" David Zwirner, galerista
da Rua 19.
Até agora, a Zach Feuer Gallery foi a
mais afetada. Seu proprietário - que
dá nome ao espaço da Rua 22 - calcula
que só 2% do acervo passaram
incólumes ao 1,5m de água.
"Quando cheguei aqui, encontrei
peças que estavam no fundo da
galeria encostadas na vitrine da
frente", contou Feuer ao jornal nova-
iorquino.
Ainda não é possível dizer quantas
nem quais obras foram destruídas.
Muito menos quando (e se) será pago
o seguro por elas já que, na maioria
das vezes, as seguradoras não
cobrem danos causados por
catástrofes naturais.
Alguns galeristas, no entanto, já
arriscam um palpite sobre o tamanho
do prejuízo.
"Eu provavelmente perdi uns US$ 100
mil em arte", disse à "Business Week"
a galerista Rachel Churner, da Churner
and Churner. "Nosso porão estava
molhado até o teto."
O Sandy também levou ao adiamento
de um dos eventos mais importantes
da Sotheby's. A casa mudou do dia 5
para o dia 8 seu leilão de arte
moderna e impressionista. Em nota, a
empresa explicou: "A mudança
permitirá que nossos clientes e equipe
internacional tenham mais
flexibilidade para ver a exposição das
peças e participar do leilão".
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário