quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Cabo morta foi convidada por PMs a roubar caixas eletrônicos


A cabo Andreia Regina Bovo Pesseghini, 36,

morta com a família na semana passada, foi

convidada por PMS a participar de um roubo de

caixa eletrônico. A declaração foi dada ontem

pelo deputado major Olímpio Gomes (PDT). O

parlamentar comunicou essa informação

anteontem ao corregedor da PM, o coronel Rui

Conegundes.

Segundo a polícia, o filho da cabo, Marcelo

Eduardo Bovo Pesseghini, 13, é o principal

suspeito de ter matado a mãe, o pai, o sargento

da Rota Luís Marcelo Pesseghini, 40, a avó, de 65

anos e a tia-avó, de 55 anos, na casa da família,

na Brasilândia (zona norte de SP). Para a polícia,

o crime ocorreu no dia 5 e o menino se matou

após ir até a escola.

De acordo com Fomes, Andreia avisou sobre o

convite do roubo a seu superior, o capitão Fábio

Paganotto, então comandante da 1ª Companhia

do 18º batalhão. Paganotto tentou apurar o fato

e acabou transferido, posteriormente, para o 9º

batalhão. Gomes disse que os PMs não foram

punidos.

Paganotto foi um dos policiais que se envolveram,

com PMs da Rota, na ocorrência que deixou seis

suspeitos mortos em uma suposta tentativa de

roubo a caixas eletrônicos no supermercado

Comprebem, em Parada de Taipas (zona norte

de SP), em agosto de 2011.

Na última quarta-feira, o tenente-coronel Wagner

Dimas, então comandante do 18º batalhão, disse

em entrevista à rádio Bandeirantes que a cabo

havia delatado colegas envolvidos em roubo a

caixas eletrônicos e que não acreditava que o

menino fosse o responsável pelas mortes. No dia

seguinte, ele foi chamado para depor na

Corregedoria da PM e desmentiu os fatos.

Dimas foi afastado anteontem do comando do

18º batalhão. A PM não quis se pronunciar sobre

o afastamento.

CENA DO CRIME

A casa onde a família foi morta não teve a cena

de crime totalmente preservada. A informação

consta de nota divulgada ontem pela Secretaria

da Segurança Pública de São Paulo.

"O departamento [Departamento de Homicídios

e de Proteção à Pessoa, DHPP] apenas confirmou

afirmação da imprensa de que o local 'não estava

totalmente idôneo'. Isso, evidentemente, não

quer dizer que houve violação proposital da cena

do crime", diz o texto.

Sebastião de Oliveira Costa, 54, parente das

vítimas, disse, no último sábado, que chegou à

casa às 17h45 do dia 5 e que havia ao menos 30

PMs dentro dela, antes da chegada da perícia.

A polícia pretende chamar para depor os policiais

militares que entraram na casa antes da chegada

da perícia.

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