quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Câmara aprova fim de salários extras a parlamentares

A proposta aprovada é de autoria da atual
ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e foi
aprovada pelo Senado em maio do ano
passado. Na Câmara, a proposta ficou parada
por meses na Comissão de Finanças e
Tributação, o que permitiu o pagamento do
benefício no final do ano passado e na folha
de pagamento deste mês. O fim do 14º e do
15º salários representará uma economia anual
de R$ 27,41 milhões para a Câmara e de R$
4,32 milhões para o Senado nos anos do
mandato em que não houver o pagamento. O
decreto legislativo precisa ainda ser
promulgado e publicado no Diário do
Congresso para entrar em vigor.
Deputado com o maior número de mandatos
na Casa, e quem mais recebeu o benefício, o
presidente Henrique Alves empenhou-se para
acelerar a aprovação pressionando os líderes a
assinar um requerimento de urgência para o
projeto. Na visão dele, a aprovação pode
ajudar a aproximar o Congresso da sociedade.
"Essa Casa pode ter pecados, pode ter seus
equívocos no voto sim ou não, mas a omissão
é indesculpável", argumentou Alves ao
defender a votação imediata.
Com o consenso imposto, dezenas de
parlamentares fizeram questão de discursar em
plenário apoiando a medida. "O fim do 14º e
15º salários é uma reverência à sociedade que
trabalha no País", disse o líder do PPS, Rubens
Bueno (PR). "Não é com uma boa agência de
publicidade que vamos mudar a imagem dessa
Casa, é com posturas como essa", afirmou o
líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP). "Todo
mundo passou a vida toda recebendo o 14º e
15º, inclusive eu, mas chegou a hora de
acabar", disse o deputado Sílvio Costa (PTB-
PE).
O único deputado a se manifestar no
microfone contrário ao fim do benefício foi
Newton Cardoso (PMDB-MG). "Estão votando
com medo da imprensa. É uma deslealdade
com os deputados que precisam. Não falo por
mim, abri mão. Pago caro para trabalhar
aqui".

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