O chefe da Igreja católica australiana, o
cardeal George Pell, criticou o papa Bento XVI
por sua decisão de renunciar e por suas
habilidades como governante. O cardeal Pell,
que participará no Conclave para eleger um
novo Sumo Pontífice, disse que Bento XVI é
um "professor brilhante", mas que "governo
não é o seu forte", em entrevista concedida
na véspera da partida do Papa.
"Prefiro alguém que saiba conduzir a Igreja e
uni-la um pouco", afirmou Pell à televisão,
citando o escândalo conhecido como
"Vatileaks", no qual o modorno de Joseph
Ratzinger roubou e vazou para a imprensa
documentos confidenciais que revelavam lutas
de poder entre os cardeais.
"Acho que o governo (do Vaticano) está
assegurado pela maioria das pessoas em torno
do Papa, que nem sempre o conduziu de
maneira brilhante", acrescentou Pell em outra
entrevista, difundida por rádio no Vaticano.
O cardeal australiano de 71 anos também
criticou a decisão do Papa alemão de
renunciar um fato inédito em sete séculos,
afirmando que isso estabelece um precedente
perigoso. "Aqueles que, por exemplo,
estiverem em desacordo com um futuro Papa
farão uma campanha para que ele se demita",
advertiu Pell.
Ao anunciar sua renúncia em 11 de fevereiro
passado, o bispo de Roma declarou-se
consciente de que isso implicava "uma
ruptura com a tradição" e que, inclusive, era
"algo desestabilizador".
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Cardeal australiano critica Papa por seu governo e renúncia
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