sábado, 27 de abril de 2013

Angola proíbe operação de igrejas evangélicas do Brasil

O governo de Angola baniu a maioria das
igrejas evangélicas brasileiras do país.
Segundo o governo, elas praticam
"propaganda enganosa" e "se aproveitam das
fragilidades do povo angolano", além de não
terem reconhecimento do Estado.
"O que mais existe aqui em Angola são igrejas
de origem brasileira, e isso é um problema,
elas brincam com as fragilidades do povo
angolano e fazem propaganda enganosa",
disse à Folha Rui Falcão, secretário do birô
político do MPLA (Movimento Popular de
Libertação de Angola) e porta-voz do partido,
que está no poder desde a independência de
Angola, em 1975.
Cerca de 15% da população angolana é
evangélica, fatia que tem crescido, segundo o
governo.
Em 31 de dezembro do ano passado,
morreram 16 pessoas por asfixia e
esmagamento durante um culto da Igreja
Universal do Reino de Deus em Luanda. O
culto reuniu 150 mil pessoas, muito acima da
lotação permitida no estádio da Cidadela.
O mote do culto era "O Dia do Fim", e a
igreja conclamava os fiéis a dar "um fim a
todos os problemas que estão na sua vida:
doença, miséria, desemprego, feitiçaria,
inveja, problemas na família, separação,
dívidas."
O governo abriu uma investigação. Em
fevereiro, a Universal e outras igrejas
evangélicas brasileiras no país -- Mundial do
Poder de Deus, Mundial Renovada e Igreja
Evangélica Pentecostal Nova Jerusalém--
foram fechadas.
No dia 31 de março deste ano, o governo
levantou a interdição da Universal, única
reconhecida pelo Estado.
Mas a igreja só pode funcionar com
fiscalização dos ministérios do Interior,
Cultura, Direitos Humanos e Procuradoria
Geral da Justiça. As outras igrejas brasileiras
continuam proibidas por "falta de
reconhecimento oficial do Estado angolano".
Antes, elas funcionavam com autorização
provisória.
As igrejas aguardam um reconhecimento para
voltar a funcionar, mas muitas podem não
recebê-lo. "Essas igrejas não obterão
reconhecimento do Estado, principalmente as
que são dissidências, e vão continuar
impedidas de funcionar no país", disse Falcão.
"Elas são apenas um negócio."
Segundo Falcão, a força das igrejas
evangélicas brasileiras em Angola desperta
preocupação. "Elas ficam a enganar as
pessoas, é um negócio, isto está mais do que
óbvio, ficam a vender milagres."
Em relação à Universal, a principal
preocupação é a segurança, disse Falcão.

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