terça-feira, 23 de abril de 2013

Exportador, Brasil lidera lista de países que mais faturaram com venda de jogadores em 2012

Apesar do fortalecimento da economia nacional
e da riqueza dos clubes, o Brasil ainda é um
país exportador de jogador. Só que a saída
deles para fora ficou mais cara. A ponto de a
nação se tornar a líder em ganhos com a venda
de jogadores em 2012: R$ 243,1 milhões. É o
que mostra o segundo relatório completo anual
da Fifa para transferências internacionais de
atletas.
Foi a primeira vez que a entidade pôs em seu
documento o total de ganhos e gastos de cada
país com contratações de jogadores registrados
pelo TMS (Transfer Marketing System), pelo
qual são feitas todas as negociações entre
clubes de diferentes países. No ano passado,
esse dado era sigiloso. Com esse número
revelado, é possível constatar que o Brasil
gasta muito menos com contratações do que
obtém com vendas.
Há uma lista de dez países que mais receberam
por jogadores. "As receitas geradas pelos clubes
brasileiros ultrapassam bastante a dos clubes
seguintes de Portugal, Itália, Holanda e
Espanha", relata o documento da Fifa. Após o
Brasil, Portugal aparece em segundo, com R$
206 milhões; Itália em terceiro, com R$ 182
milhões; Holanda, com R$ 172 milhões; e
Espanha, R$ 100 milhões.
Apesar de estar no topo dos vendedores, o país
ainda está longe de ser um grande investidor
em contratações de futebol. Não aparece nem
entre as dez nações que mais gastaram com
transferências internacionais em 2012. A lista
dos compradores - liderada pelos ingleses com
um total de R$ 630 milhões - tem uma série de
nações emergentes, como a Rússia (2ª), China
(4ª) e Ucrânia(6ª). Em resumo, os clubes
nacionais gastaram menos de R$ 20 milhões no
ano passado com compras de direitos de
atletas do exterior.
É importante ressaltar que negociações dentro
dos países não são consideradas nesta relação.
Mas a realidade das duas listas mostra que o
Brasil vende jogadores caros, mas repatria
atletas sem custo de aquisição com outros
clubes. Até porque a nação é que a mais faz
transações internacionais e que mais tem
atletas envolvidos neste tipo de operação.
Houve uma entrada de 696 jogadores para
times nacionais, com a saída de 618.
Uma demonstração de porque isso acontece é
que ainda há diferença significativa entre os
salários médios pagos em território nacional
comparado com os europeus. Os vencimentos
no país de atletas contratados de fora é de R$
160 mil por ano, cerca de nove vezes menos do
que na Itália.
A liderança do Brasil na lista de vendedores
tem relação direta com a negociação de Lucas,
do São Paulo para o PSG, feita por um total de
R$ 108,3 milhões, o maior montante já pago
por um atleta saindo do país. Esse valor
representa quase metade do total obtido por
todos os clubes brasileiros.
Essa operação elevou a negociação de
jogadores a um patamar que pode ser
comparada, guardadas as devidas proporções,
com alguns dos principais produtos de
exportação do país. Considerado apenas o mês
de março de 2013, o Brasil ganhou R$ 164
milhões com toda a venda de Etanol; levou
outros R$ 156 milhões com algodão; e mais R$
185 milhões com alumínio. Claro que essas
mercadorias dão muito mais dinheiro ao país
somado o ano inteiro. Mas, de qualquer forma,
isso mostra o poderio da arrecadação da venda
de atletas.
Ainda mais se for feita uma comparação
hipotética - a título de curiosidade - em relação
ao volume de exportação de cada item. Com os
mais de R$ 100 milhões pagos por seus
direitos, Lucas, que tem 66kg, custou "R$
1,641 milhão por quilo" ao PSG. O quilo de
alumínio tem sido negociado em abril a uma
média de R$ 3,81.
Não dá para saber a cotação média do quilo do
jogador brasileiro porque o Ministério do
Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior
não inclui - obviamente, porque uma pessoa
não pode ser vista como mercadoria - esse
item no seu relatório para balança comercial.
Mas, se o fizesse, ajudaria a reduzir as quedas
recentes no superávit nacional.

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