terça-feira, 23 de abril de 2013

Juíza nega pedido para processar testemunha de acusação no júri de Bola

Ércio Quaresma, advogado de Marcos
Aparecido dos Santos, o Bola, teve negado seu
pedido para processar o presidiário Jailson
Alves de Oliveira, testemunha de acusação que
confirmou as acusações contra Bola de
assassinato da ex-modelo Eliza Samudio --ex-
amante do goleiro Bruno, já condenado a 22
anos de prisão pelo sequestro e morte dela.
"Vou processar o senhor por falso
testemunho", afirmou Quaresma, após tentar
ler em plenário uma carta em que o
presidiário escreveu ao presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal), em 24 de
dezembro de 2012, se dizendo "inocente". O
pedido foi negado pela juíza Marixa
Rodrigues, no segundo dia do júri popular de
Bola, em Contagem, região metropolitana de
Belo Horizonte.
"Tendo o ponto apontado como falso, de que
ele [Jailson Oliveira] seria culpado de alguns
crimes, e o mesmo não tendo relação com o
seu depoimento, e como as pessoas têm o
direito ao silêncio e a não produzir provas
contra si, indefiro o pedido dos advogados de
defesa [de processar a testemunha]", disse a
juíza ao indeferir o pedido do advogado de
Bola.
Durante o testemunho de Oliveira, a juíza
advertiu Quaresma, que chamou a testemunha
de "lixo dos lixos". "Estou pedindo ao senhor
maior urbanidade. Não humilhe a testemunha.
Não aceito adjetivações aqui", disse a juíza.
"O senhor pare, por favor. Respeite-o, ele
está aqui como testemunha."
Jailson Oliveira foi condenado por latrocínio
(roubo seguido de morte), entre outros
crimes, a 35 anos e sete meses de prisão.
Conheceu Bola na Penitenciária Nelson
Hungria, também em Contagem, onde ainda
estão presos o ex-goleiro Bruno Fernandes e
Luiz Henrique Romão, o Macarrão, já
condenados no crime pelo desaparecimento e
morte de Eliza Samudio.

Os advogados de defesa de Bola disseram que
vão manter a estratégia da "delonga" e
estender ao máximo o júri. A estratégia foi
definida pelo promotor Henry Vasconcelos
como um "tiro no pé", já que, com isso, a
defesa estaria antecipando argumentos que
deveriam ser colocados durante os debates
entre acusação e defesa.
"Vamos demorar mais de seis horas nas
perguntas ao Jailson. Se a prova não for
discutida nesse momento de instrução, não
haverá outro momento", afirmou o advogado
assistente de defesa. "O almoço será após as
16 horas", disse. Depois de Quaresma, vão
fazer perguntas ao depoente o próprio
Fernando Magalhães, Américo Leal, Alexandre
Maziero, Marco Mezía e Lucas Sá.

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