segunda-feira, 29 de abril de 2013

Estudante tem de amputar perna após ser atropelada por motorista bêbado

Uma estudante de administração de 18 anos
teve a perna amputada após ser atropelada
em frente a uma padaria na manhã de
domingo na avenida Paulista, em Americana
(127 km de São Paulo). O publicitário Ricardo
Guimarães, 32, que dirigia o carro,
apresentava sinais de embriaguez.
Depois do acidente, ele chegou a entrar em
um mercado, que fica em frente ao local, e
comprou um isotônico e barras de chocolate.
Na versão de testemunhas, ele teria dito que
queria baixar seu teor alcoólico com os
produtos. Ele foi detido por populares até a
chegada da polícia e foi preso, mas acabou
liberado após pagar a fiança, estipulada em R
$ 67,8 mil. Ele irá responder por lesão
corporal culposa em liberdade. A pena pode
chegar a quatro anos de prisão.
Por volta das 8h30 do domingo, duas
estudantes estavam sentadas em uma mureta
em frente a uma padaria quando foram
atingidas por um veículo Citroën C4,
conduzido por Guimarães. Meire foi socorrida
ao Hospital de Clínicas da Unicamp e precisou
ter uma das pernas amputadas, no entanto,
segundo a assessoria de imprensa do hospital,
está com o quadro estável, mas ainda sem
previsão de alta. A outra estudante, Tamiris
Aparecida Paula, 19, teve ferimentos leves e
foi encaminhada ao Hospital Municipal de
Americana. Ela já foi liberada.
A família da jovem declarou que pretende
entrar com uma ação indenizatória contra o
empresário e que acha "inadimissível" o fato
de ele não ficar detido. "Como um cara
atropela alguém e vai tomar suco? Ele está lá,
de boa na casa dele, e minha irmã está sem as
pernas", disse Márcio de Lima, irmão da
jovem.
As jovens haviam tomado café da manhã na
padaria e sentaram na mureta em frente ao
local para aguardar colegas antes de irem
realizar um trabalho de faculdade. Logo após
o acidente, ele foi ao mercado.
Segundo Edclei Pereira, proprietário do
comércio, a situação causou revolta. "Ele foi
direto na geladeira e pegou o isotônico,
depois passou no caixa e pegou um
chocolate. Ele ficou sentado no banco,
passando a mal na cabeça, parecia bem
nervoso. Ele parecia estar bêbado, ele
cambaleava um pouco e estava com cheiro de
álcool", disse.
Os guardas encontraram Guimarães dentro do
mercado e, segundo consta no Boletim de
Ocorrência, ele teria dito que havia ingerido
bebida alcoólica com amigos e quando se
dirigia para casa e dormiu ao volante.
O delegado Robson Gonçalves de Oliveira, que
atendeu a ocorrência, disse entender que o
caso se configurava como culposo, mas
determinou a fiança máxima, equivalente a
cem salários mínimos. "Nos meus 20 anos
como delegado, foi a mais alta fiança
arbitrada porque tive notícia de que ele tinha
recursos. A gente arbitra o valor para que
sinta o reflexo do seu ato", disse.
O delegado informou que durante o
depoimento formal o motorista usou o direito
constitucional de ficar em silêncio, mas por
ter se recusado em fazer o teste do
bafômetro, passou por exame clínico no IML
(Instituto Médico Legal) em que o médico
constatou sinais de embriaguez. Ele também
foi submetido a exame de sangue e urina, que
devem ficar prontos em até 40 dias.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com Ricardo
Guimarães na tarde de ontem. Ele atendeu à
ligação mas, tão logo a reportagem se
identificou, a ligação foi interrompida. As
tentativas de contatos feitas depois disso
cairam na caixa postal. O advogado de
Guimarães, João Carlos Linea, também foi
procurado, mas as ligações não foram
atendidas.

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