quinta-feira, 2 de maio de 2013

Às vésperas de eventos, Rio tem recorde de queixas em telefonia

"Já usei o meu celular nas savanas do Quênia,
dentro de um vulcão na Tanzânia, em
Botsuana, no deserto de Kalahari, a 4.300
metros do mais alto pico do Colorado, no
longínquo reino do Butão, no Himalaia. O
único lugar em que ele não funciona é no
Rio."
O relato, feito recentemente pelo arquiteto
Miguel Pinto Guimarães, 38, no Facebook,
reflete o grau de insatisfação dos usuários de
celular da cidade. E aponta um problema
diante da proximidade de eventos no Rio,
como a Copa das Confederações em junho, a
Jornada Mundial da Juventude em julho e a
Copa do Mundo em 2014.
Segundo levantamento da Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações), feito a pedido
da Folha com dados do Estado do Rio, o
número de reclamações de usuários de celular
em março foi o maior para um mês dos
últimos três anos.
Foram 15.790 queixas no mês, aumento de
35% em relação ao mesmo período de 2012 e
de 17% ante fevereiro. Além dos problemas
com sinais, há queixas sobre cobrança,
promoções e cancelamentos. As operadoras
mais reclamadas no mês foram Claro (5.402),
Oi (4.456), Vivo (3.099) e TIM (2.833).
Os problemas de telefonia são comuns a
quase todas as cidades do país, mas a situação
no Rio é agravada pela topografia, dizem
especialistas.
"O Rio tem dois problemas que tornam as
falhas mais frequentes. O primeiro é a grande
concentração urbana, o que também ocorre
em outros locais. A segunda, mais regional, é
a concentração de morros", diz Eduardo
Tude, presidente da consultoria de
telecomunicações Teleco.
Segundo o professor Gláucio Siqueira, do
Centro de Estudos em Telecomunicações
(Cetuc) da PUC-Rio, a solução é aumentar o
número de antenas na cidade, o que depende
do aval da Prefeitura. "Esse é um dos maiores
gargalos da telefonia no Rio hoje."
A Secretaria de Conservação e Serviços
Públicos, da cidade do Rio, diz que decreto
publicado em novembro de 2012 busca um
reordenamento da distribuição das antenas
obedecendo à divisão do município por áreas.
"A medida foi necessária para aumentar o
controle na instalação desses equipamentos,
mantendo preservadas algumas áreas da
cidade, como a orla carioca."
A Anatel disse que fiscaliza as prestadoras
para garantir a melhoria dos serviços. "Entre
as ações está o acompanhamento periódico do
cumprimento das metas de qualidade",
informou.

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