domingo, 26 de maio de 2013

'Estou pronto para encarar o que vier pela frente', diz 'Don' Fred, camisa 9 do Brasil

O Fred vai te pegar!", grita a
torcida do Fluminense, procurando
intimidar o time adversário com a
presença do artilheiro em campo.
"O Fred vem me pegar!",
respondem as "frednáticas", em
um misto de apoio ao time e
expectativa ingênua de que o
atacante corresponda ao pedido.
Essa tem sido a vida de Frederico
Chaves Guedes, 29, no Fluminense.
E a cena pode se repetir nos jogos
do Brasil na Copa das
Confederações. Fred foi convocado
para a seleção e é uma das grandes
esperanças de gols do time
brasileiro.
Ídolo máximo da torcida do clube
pelo qual conquistou o título e a
artilharia do último Campeonato
Brasileiro, o jogador tem chamado
cada vez mais a atenção do público
feminino, mas não exatamente pelo
que faz com a bola no pé.
Chamado de "Don" por seus
companheiros do Fluminense, o
apelido revela a fama de
conquistador amealhada por Fred
entre seus colegas. O atacante já
foi visto na companhia de
mulheres como as gêmeas do nado
sincronizado, Bia e Branca Feres, e
a ex-miss Brasil Larissa Costa.
"A galera exagera um pouco", diz
Fred, que jura que "leva a vida em
um estilo bem mineirinho, muito
sossegado". Só porque ele quer,
porque, se dependesse das
"frednáticas", alcunha destinada
àquelas torcedoras apaixonadas
pelo, digamos, futebol do atacante,
Fred não teria sossego.
A exposição da faceta
conquistadora do jogador ganhou
ainda mais força em fevereiro,
quando ele protagonizou um vídeo
que fez sucesso na internet. O
filme mostra Fred parando o carro,
em meio a uma avenida
movimentada de Belo Horizonte,
para abordar uma morena em uma
motocicleta.
"O que você faz, além de
sucesso?", pergunta à moça.
Izabela Araújo, a morena, balbucia
algumas palavras em resposta e
logo dá um selinho no
conquistador. O vídeo, feito por
um amigo dele, dura pouco mais
de 40 segundos. O suficiente para
gerar uma imensa repercussão,
alçando Izabela ao semiestrelato,
que lhe valeu aparições em
programas de TV vespertinos,
cobrança de cachês de R$ 2.500
por entrevistas e inúmeras
especulações acerca de ensaios
sensuais.
Fred não guarda boas recordações
do episódio. "O que me chateou
naquele vídeo foi a exposição
desnecessária, tanto a minha
quanto a da garota. Acho que não
era para tanto", diz.
Mineiro de Teófilo Otoni, o jogador
hoje mora na zona sul do Rio de
Janeiro. Ao contrário da maioria
dos colegas boleiros, que preferem
a Barra da Tijuca, o atacante fixou
residência no Leblon e costuma
frequentar restaurantes finos da
região, como o Victória ou o
Antiquarius.
O gosto de Fred pelos bares e
restaurantes da zona sul, contudo,
já lhe rendeu alguns problemas. Às
vésperas de um jogo contra o
Internacional pelo Campeonato
Brasileiro de 2011, o jogador foi
perseguido por torcedores do
Fluminense após ser visto saindo
de um bar.
O episódio quase abreviou sua
carreira no clube carioca, tal foi a
irritação do jogador. "As pessoas
esquecem que também temos
horas de folga, que temos família e
direito ao lazer, como qualquer
pessoa normal", diz o atacante. "Se
veem o jogador em um
restaurante, quando o time não
ganha um jogo, já chamam de
cachaceiro, de baladeiro."
E Fred ganha muito. Hoje em dia,
vive um grande momento no
Fluminense e promete repetir a
dose na seleção brasileira. Mas não
foi sempre assim. Ele quase não
virou profissional por causa de
problemas de disciplina, dentro e
fora do campo. No time de
juniores do América de Minas
Gerais, time que o revelou, sua
dispensa era tida como certa pelo
corpo técnico do clube.
Fred precisou de apenas três
segundos e 17 centésimos para
mudar o rumo de sua carreira. O
América-MG enfrentava o Vila
Nova-GO pela Copa São Paulo de
Juniores, talvez a maior vitrine
para jovens jogadores no Brasil.
O árbitro autorizou o início da
partida e o atacante chutou no gol,
do meio de campo mesmo, sem
cerimônia. A bola entrou.
O jogador entrou para a história
como o autor do gol mais rápido
do mundo até então. O lance
ganhou os noticiários e o atacante
virou celebridade. O jogo acabou
em 5 a 1 para o Vila Nova, mas
disso ninguém se lembra.
O que ficou da partida foi Fred.
Promovido ao time profissional do
América-MG, ele ainda passou pelo
Cruzeiro e pelo Lyon, da França,
antes de chegar ao Fluminense em
2009.
Dez anos depois do gol que o
consagrou, Fred hoje veste a
camisa nove da seleção brasileira,
que já foi de Ronaldo Fenômeno.
"Estou pronto para encarar o que
vier pela frente", diz o jogador.
"Estou no meu auge, acredito
muito que tudo vai dar certo",
completa. Se depender da
confiança do atacante e do apoio
das "frednáticas", a artilharia da
Copa do Mundo de 2014 já tem
dono. E o nome dele é Fred.

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