quinta-feira, 14 de março de 2013

Raiva não vai trazer braço de volta, diz mãe de jovem atropelado

"Não posso dizer que vou ter raiva porque
não vai trazer o braço dele de volta", disse
ontem Antonia Ferreira dos Santos, 51, mãe
do ciclista David Santos Souza, atropelado na
avenida Paulista, no centro de São Paulo, no
último domingo (10).

Ela disse que desde o acidente tem crises de
hipertensão e que não consegue dormir mais
de quatro horas por noite. O filho dela, de 21
anos, perdeu o braço na batida e ele
permanece internado no Hospital das Clínicas.
O motorista foi preso.
Antonia falou à imprensa no escritório do
advogado Ademar Gomes, contratado pela
família. Ele informou que vai pedir
indenização por danos morais e materiais
contra o motorista Alex Siwek, 21, e que vai
recorrer para que o caso seja julgado no
tribunal do júri.
"Tem que ser feita justiça para que amanhã
ou depois ele não volte a beber e faça isso
com outra pessoa", disse a mãe de David.

O juiz da 1ª Vara do Júri da capital, Alberto
Anderson Filho, afirmou que o estudante não
deve responder pelo crime de tentativa de
homicídio por estar dirigindo sob influência
de álcool.
Para o magistrado, que deu a primeira
manifestação judicial sobre o caso, não está
correta a interpretação da polícia e do
Ministério Público de que houve "dolo
eventual", ou seja, que o rapaz assumiu o
risco de matar quando decidiu dirigir
embriagado.
Segundo ele, não é possível utilizar o dolo
eventual para atribuir ao acusado o crime de
tentativa de homicídio. "Se o caso fosse de
homicídio consumado, seria perfeitamente
possível o dolo eventual. Mas o dolo eventual
é incompatível com a tentativa", diz trecho da
decisão.

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