Em nota divulgada ontem (24), a Anistia
Internacional afirma que a escolha do
deputado Marco Feliciano para a presidência
da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
da Câmara é "inaceitável", por suas "posições
claramente discriminatórias em relação à
população negra, LGBT e mulheres".
Feliciano, eleito no início do mês para o
cargo, é acusado por movimentos sociais de
ser homofóbico e racista. Eles pedem a
renúncia do parlamentar do comando da
comissão. Feliciano nega as acusações e diz
que apenas defende posições comuns aos
evangélicos, como ser contra a união civil
homossexual.
Feliciano diz que só deixaria comissão da
Câmara se morresse
Alvo de protestos, Feliciano irá à Bolívia
tratar de corintianos
"É grave que tenha sido alçado ao posto a
despeito de intensa mobilização da sociedade
em repúdio a seu nome", diz a nota da
Anistia.
O texto prossegue afirmando que a Anistia
Internacional espera que os parlamentares
brasileiros "reconheçam o grave equívoco
cometido" com a indicação de Feliciano e
"tomem imediatamente as medidas
necessárias à sua substituição".
A Anistia afirma ser essencial que integrantes
da comissão "sejam pessoas comprometidas
com os direitos humanos e possuam
trajetórias públicas reconhecidas pelo
compromisso com a luta contra
discriminações e violações" e que "direitos
fundamentais não devem ser objeto de
barganha política ou sacrificados em acordos
partidários".
Protestos contra Feliciano
COMISSÃO DOS DIREITOS HUMANOS
Nesta terça-feira (26) acaba o prazo dado
pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), para que o PSC encontre
uma solução para a comissão. Embora não
diga publicamente, ele pressiona para que o
partido convença Feliciano a renunciar.
"Do jeito que está, situação da Comissão de
Direitos Humanos e Minorias se tornou
insustentável, disse Alves na última quinta-
feira (21).
Ontem, o presidente da Casa disse que a
situação não avançou no fim de semana. "Não
tive notícias."
Apesar de ter manifestado a colegas
insatisfação com a permanência do pastor no
comando da comissão, Alves tem dito,
contudo, que não há margem regimental,
como uma intervenção direta, para tirá-lo da
presidência. Por isso, apelou à cúpula do
partido.
Em entrevista ao programa 'Pânico', da Band,
gravada na semana passada, mas levada ao ar
apenas ontem, Feliciano disse que só deixaria
o cargo morto.
"Estou aqui por um propósito, fui eleito por
um colegiado. É um acordo partidário, acordo
partidário não se quebra. Só se eu morrer",
disse o pastor.
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