segunda-feira, 11 de março de 2013

Rastreamento de ligações de Mizael contraria suas declarações

O engenheiro eletricista e mestre em
telecomunicações Eduardo Amato Tolezani foi
a terceira testemunha ouvida nesta segunda-
feira (11), primeiro dia de julgamento de
Mizael Bispo de Souza, acusado de ter matado
a advogada Mércia Nakashima em 2010. O
especialista foi convocado pela acusação.
Tolezani fez uma análise, a pedido da
promotoria, de duas ligações de celular feitas
por Mizael, no dia 23 de maio de 2010, dia
da morte de Mércia. No momento das
chamadas, o réu dizia estar em um carro, em
frente ao Hospital Geral de Guarulhos.
Segundo a operadora do celular de Mizael, as
ligações foram feitas utilizando as antenas (ou
ERBs, sigla para estação rádio base) da rua
Antonio Tava e da rua Santa Margarida, ambas
em Guarulhos.
Em relação à rua Antonio Tava, seria
impossível usar a antena do local estando na
frente do Hospital Geral de Guarulhos,
distante 10 km da antena, como aponta o GPS
do rastreador do carro de Mizael. A
probabilidade de uma ligação estaria entre
0,0003% e 0,00011%.
Já em relação à rua Santa Margarida, há, para
a operadora, uma probabilidade tão remota
de se estabelecer uma ligação, que a
possibilidade é considerada nula. O local fica
a 6,8 km de distância do Hospital Geral de
Guarulhos.
Mizael também fez outras ligações do mesmo
número no dia 23 de maio de 2010. Tolezani
analisou as demais chamadas, sem tantos
detalhes. Segundo o engenheiro, Mizael
sempre liga usando a antena mais próxima ao
local que o GPS de seu carro apontava até as
18h56.
Segundo Tolezani, que fez uma apresentação
cheia de detalhes e termos técnicos com a
ajuda de um datashow, por causa da falta de
alguns dados por parte da operadora, ele
utilizou uma hipótese que favoreceria ao
máximo a possibilidade de conexão em seus
cálculos.
Tolezani não permitiu que seu depoimento
fosse transmitido ao vivo seja por imagem ou
por som. Além disso, antes de suas
explicações, contou que estudou no mesmo
colégio que o promotor Rodrigo Merli
Antunes, há cerca de 20 anos, mas que não
tem uma "amizade íntima" com ele.
Pela terceira vez, foi pedido para que Mizael
não permanecesse no plenário no momento
em que a testemunha foi ouvida.
Outras oito testemunhas --duas de acusação,
cinco de defesa e uma do juiz-- ainda devem
ser ouvidas durante o julgamento.

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