domingo, 10 de março de 2013

Conselho de igrejas quer saída de Feliciano da CDH

Para integrantes do Conic, comportamento
de “cunho racista e preconceituoso” do
deputado paulista o descredencia para
presidir a Comissão de Direitos Humanos da
Câmara. Entidades pedem imediato
afastamento e ética na política.

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do
Brasil (Conic) pediu neste domingo (10) o
afastamento do deputado Pastor Marco
Feliciano (PSC-SP) da presidência da
Comissão de Direitos Humanos e Minorias
(CDH) da Câmara. Em nota, o conjunto de
entidades informou ter elaborado uma
moção de repúdio contra o parlamentar
paulista por causa das declarações públicas
dele e o processo enfrentado no Supremo
Tribunal Federal (STF).
“Considerando o corolário de nossa missão, à
luz dos valores que a inspiram, e as
manifestações de diversos segmentos da
sociedade brasileira, expressamos nosso
repúdio ao processo que levou à escolha do
Deputado Marco Feliciano (PSC), o qual, por
suas declarações públicas, verbais e escritas
de conteúdo discriminatório, de cunho
racista e preconceituoso contra minorias,
pelas quais responde a processos que
tramitam no Supremo Tribunal Federal”, diz
o Conic em nota distribuída neste domingo
(10).
O Conic é formado pelas igrejas Católica
Apostólica Romana, Episcopal Anglicana do
Brasil, Evangélica de Confissão Luterana no
Brasil, Sirian Ortodoxa de Antioquia e
Presbiteriana Unida. Na nota, as igrejas
pedem mais ética na política e conclamam
por “um Congresso Nacional transparente e
com ficha limpa” e pela “reforma política do
Estado brasileiro na busca da ampliação da
cidadania”.
Com a possibilidade de Marco Feliciano, que
é pastor da Assembleia de Deus Catedral do
Avivamento, assumir a CDH, a reação
contrária começou primeiro nas redes
sociais. Depois, entre os próprios membros
da comissão. No Twitter, em 2011, ele
chamou negros de “descendentes
amaldiçoados de Noé”. Contra homossexuais,
chegou a dizer que “a podridão dos
sentimentos dos homoafetivos levam (sic) ao
ódio, ao crime, à rejeição. Amamos os
homossexuais, mas abominamos suas
práticas promíscuas”.
Em discurso na Câmara, ele defendeu a
limitação de divórcios a um por pessoa, pois,
na avaliação dele, “uma família destruída
hoje projeta sequelas por toda uma geração”.
O deputado diz que a resistência ao seu
nome é fruto de perseguição religiosa e de
“cristofobia “. Hoje o jornal Correio
Braziliense informou que ele usou o mandato
parlamentar em benefício de suas empresas e
das atividades de sua igreja. Além disso, o
deputado é réu por estelionato em uma
ação penal no Supremo Tribunal Federal
(STF). Ele rejeita a acusação de ser racista e
homofóbico.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), deve discutir com colegas
deputados a situação da CDH e a
possibilidade de troca do comando do
colegiado na segunda-feira (11). Desde a
semana passada a comissão tem gerado
noticiário negativo para a Casa com a
indicação e consequente eleição do deputado
para presidir o colegiado. Ontem, centenas
de pessoas protestaram contra Feliciano
em dez cidades brasileiras.

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