Pelas redes sociais, em comunicados e à
Folha, famosos lamentaram a morte do cantor
Chorão, líder do Charlie Brown Jr.,
encontrado morto na madrugada desta
quarta-feira (6), no apartamento onde morava
em São Paulo. Ele tinha 42 anos.
Até o início da tarde desta quarta, o tópico
"#LutoChorão" era o assunto mais comentado
no Twitter.
Segundo um representante do 14º Distrito
Policial de Pinheiros, o corpo foi achado por
volta das 4h30 pelo motorista do músico.
A polícia encontrou "pequena quantidade de
substância branca, aparentando ser cocaína,
sobre a bancada da cozinha" do apartamento
do cantor, de acordo com boletim de
ocorrência. O corpo passou por autópsia no
Instituto Médico Legal, e a polícia vai
investigar a causa da morte.
"Soube da morte do Chorão e lamento muito!
Jovem, querido por legião de fãs. À família,
amigos, fãs escrevo esta mensagem para
desejar que tenham forças nesta hora tão
difícil."
Marta Suplicy
ministra da Cultura, em comunicado oficial
"Chorão entra no mesmo patamar que Cazuza
e Renato Russo: um poeta urbano, que
colocou em rimas os sentimentos, as girias e
o way of life de uma geração. Talento
absurdo! Dom das palavras."
Marcos Mion
apresentador de TV, à Folha
"Fico triste com essa perda, é realmente uma
pena perdermos um cara tão novo assim. Ele
curtia nosso som e nós curtíamos o dele,
havia uma admiração recíproca. Ele era um
cara muito tranquilo, que misturava música
pop com hip hop e tinha um público
formado. A rua e o skate contribuíram muito
para o som dele."
Jorge dü Peixe
músico da Nação Zumbi, à Folha
"É muito triste dizer o quanto sinto pela
morte do amigo Chorão. Nos conhecemos em
1996, quando recebi uma demo da banda
Charlie Brown Jr. Depois disso, foram oito
discos que fizemos juntos. Lembro do dia em
que o Chorão ouviu pela primeira vez sua
música na rádio: seu sorriso e euforia
mostravam que ele estava disposto a brilhar
muito. E brilhou. O legado das músicas e
letras do Chorão sem dúvida influenciaram e
vão continuar influenciando muitos jovens e
bandas eternamente. Acredito que, depois do
Legião Urbana, o Charlie Brown Jr seja uma
das bandas mais representativas do rock
nacional. Fará muita falta. Como amigo, o
Alexandre fará falta pelos papos, pelas novas
composições que ele sempre me mostrava e
pelo carinho e agradecimento que
demonstrava a mim e a meus filhos. Fique em
Paz, Chorão, e como eu sempre dizia pra ele:
Faz mais um refrão."
Rick Bonadio
produtor musical e compositor do Charlie
Brown Jr., à Folha
"A gente perdeu a banda do skate. O Chorão
ajudou muito o skate brasileiro, ajudou a
transformá-lo no que é hoje. Ele foi uma peça
fundamental no crescimento desse meio no
Brasil porque nunca deixou o skate de lado --
sempre estava com o skate na mão, no carro,
no palco. O Chorão nunca foi uma pessoa
muito fácil de lidar. Ele era genioso, mas
tinha um coração enorme e era uma pessoa
muito 'do bem'. Ele ajudou muita gente e
muitas entidades sem divulgar nada. Vai fazer
falta. É uma bomba, difícil de acreditar."
Sandro Dias, o "Mineirinho"
skatista, à Folha
"Acordei e tinha um bilhete da minha mulher
na mesa, falando o que tinha acontecido. Eu
não acreditei. Twittei mandando condolências
para a família, sem acreditar que estava
escrevendo isso. O Charlie Brown Jr. estava
no auge, emplacando uma música atrás da
outra, no melhor momento da carreira deles.
As últimas vezes que encontrei o Chorão, ele
estava bem, aproveitando o momento - de
dois anos pra cá as coisas tinham virado, ele
estava se autoempresariando. Justo no
momento em que eles superam, que começam
a andar nos trilhos, acontece isso. Tocamos
muitas vezes juntos. Me lembro da primeira
vez que o vi, em 1992, na Warner, em São
Paulo. Nos vimos no elevador --eles estavam
fazendo muito sucesso e eu estava indo pedir
para 'resgatarem' o Capital Inicial. O Chorão
era um cara reservado. Ele era
profundamente emocional, era um cara de
extremos --de extrema raiva intercalada com
momentos de profunda gentileza,
generosidade, carinho e afeto. Ano passado,
liguei pra ele para combinar uma 'canja' sua
no meu show no Rock in Rio, que acabou não
rolando, e contei pra ele quando eu admirava
seu trabalho. Ele ficou surpreso,
profundamente comovido e ficou com a voz
embargada. Ele era um cara de extremos --de
extrema raiva intercalada com momentos de
profunda gentileza, generosidade, carinho e
afeto."
Dinho Ouro Preto
músico, vocalista do Capital Inicial, à Folha
"Foi chocante para mim. A gente perdeu um
grande letrista, um ícone do rock. A música
dele sempre trazia alguma reflexão, sempre se
renovando. Ele era muito eclético, ouvia
desde rock, punk até reggae. As letras falavam
de amor, mas de protesto também. Ele me
chamou para gravar com o Charlie Brown em
um rap que ele tinha feito. Me mandou uma
fita, mas eu não consegui escrever nada. No
final da mesma fita tinha a música 'Não É
Sério'. Ouvi aquilo e tinha um solo de
guitarra e comecei a rimar em cima, escrevi
na hora. No dia de encontrar no estúdio para
gravar, ele me perguntou se eu tinha escrito
aquele rap. Eu respondi que não, mas que
tinha feito uma letra para outra música que
estava na fita. Ele nem lembrava que 'Não É
Sério' estava naquela fita. O problema é que
ela já estava finalziada, já estava mixada e
masterizada. Mesmo assim, pedi pra mostrar
pra ele. O Chorão curtiu e 'abriu' a gravação
de novo para eu cantar em cima do solo de
guitarra. Foi a oportunidade da minha vida.
Sempre fui muito conhecida também pelas
participações que fiz em disco dos outros. No
RZO eu me considerava parte do grupo
mesmo. Em termos de participações, a com o
Charlie Brown foi a mais importante, foi a
que me apresentou para a mídia. Por causa do
Chorão eu me tornei a diva do rap. Ele que
me apresentou para a gravadora. Queria ter
ficado maior na música para retribuir tudo o
que ele fez por mim, mas não deu tempo. Foi
muito cedo, é o destino, Deus sabe de todas
as coisas. Pretendo ir para Santos no velório e
vê-lo pela última vez."
Negra Li
cantora, à Folha
"'Dias de Lutas, Dias de glórias'.. Descanse em
paz, #Chorão."
Neymar
jogador do Santos Futebol Clube, pelo
Instagram
"Dá uma sensação de perplexidade quando
alguém morre cedo. Ele era um cara
carismático e comunicativo. O Chorão, na
época em outra banda, abriu um show dos
Titãs em Santos, na turnê do Titanomaquia.
Fico chocado e triste com a notícia."
Sérgio Britto
músico dos Titãs, à Folha
"A gente discutiu há uns cinco anos [Chorão
criticou o CPM 22 em um show], mas há mais
ou menos um mês e meio a gente conversou
por telefone para tentar se encontrar. Essas
coisas só acontecem na hora errada. Antes da
briga, a gente tinha uma certa amizade. Nos
últimos anos ele estava muito próximo de
amigos meus, desde que o Heitor [Gomes, ex-
baixista do Charlie Brown Jr.] entrou no
CPM22, rolou uma aproximação maior. Ele
era pai de um adolescente, tinha vários
seguidores e era um grande talento. Sempre o
respeitei como musico, é uma grande perda,
especialmente pelo momento que o rock
atravessa. O mercado de rock vai dar uma
piorada."
Badauí
músico da banda CPM22, à Folha
"Estamos todos vivendo um período muito
violento e o rock sempre viveu
perigosamente. O Chorão era um guerreiro, é
uma perda trágica porque ele foi um dos
representantes de maior sucesso de sua
geração. Vai ficar uma lacuna. Foi uma
interrupção brutal de uma vida intensa, que
sem dúvida acabou muito cedo. O Charlie
Brown Jr. criou uma sonoridade que de certa
forma desenhou o pop rock dos anos 1990
pra cá, principalmente nas rádios FMs --eles
imprimiram um som que misturava um pouco
de surf music, rock alternativo com
velocidade, um hip hop "branco" com uma
pegada punk/pop. Não sei como a banda vai
se reorganizar ou se vai sobreviver à ausência
dele. Acho que o que causa maior espanto são
as circunstâncias misteriosas de sua morte.
Gostaria de saber o que houve, assim como
todo mundo."
Paulo Ricardo
músico, vocalista do RPM, à Folha
"O Chorão era um cara que, mesmo
aparentando ser muito louco, com linguajar
de malandro e skatista, tinha uma grande
sensibilidade. Ele influenciou uma geração
inteira, foi um dos maiores nomes do rock
brasileiro e tratou muito bem as bandas que
surgiram depois. O rock já carece de
personalidade e pessoas que sejam fortes e a
gente perdeu mais uma pessoa assim. No
nosso primeiro show como banda, abrimos
com a música 'Confisco', do Charlie Brown Jr.
Fico triste pela família e pelos fãs --categoria
em que me incluo--, que vão ficar órfãos."
Lucas Silveira
músico da banda Fresno, à Folha
"Chorão representava muito bem o rock, era
quase um clichê do estilo: polêmico,
engraçado, tinha causas e ímpetos juvenis. É
mais uma perda precoce no rock. Por ele, tive
momentos de simpatia e antipatia. Simpatia
no dia em que ele me abordou em um prêmio
da MTV para elogiar meu trabalho. De
antipatia, pelo episodio lamentável do
Marcelo Camelo [Chorão agrediu fisicamente o
vocalista do Los Hermanos]."
Pedro Luís
músico da banda Monobloco, à Folha
"O Chorão foi um cara que no começo da
nossa banda me influenciou muito, e
influencia até hoje. Mais tarde, eu o conheci
pessoalmente e viramos amigos. Ele conheceu
meus pais, ficamos próximos de verdade. Ele
era um cara autêntico, original, que falava o
que pensava. Mas era extremamente amigo.
Era um cara genial e deixou muita gente orfã
com o que aconteceu. Fico feliz de ter tido a
oportunidade de gravar uma musica com ele,
o Remix de 'Cedo ou Tarde'. Todas as vezes
que cantamos juntos foi muito bom, participei
de vários shows do Charlie Brown Jr. Ele era
um cara que roubava a cena, no bom sentido,
quando chegava nos lugares, era muito
humano. Estou verdadeiramente triste."
Diego Ferrero
músico da banda NX Zero, à Folha
"O Chorão e o Charlie Brown mantiveram viva
a cena do rock popular. Acho que eles
seguiram a tradição de bandas de rock como
Titãs, Ira! e outras. Faziam uma música
popular ligada mais ao rock do que ao pop. E
tinham muita afinidade com a garotada, com
a juventude. Eu tenho quatro filhos de
gerações e idades diferentes. O meu de 13 e o
de 24 anos eram fãs do mesmo jeito,
conheciam as letras de trás para a frente.
Agora precisa de alguém para substituí-los,
mas eu não tenho visto. Eles foram a última
banda de rock a ocupar esse espaço."
Edgard Scandurra
músico, ex-integrante do Ira! e Ultraje a
Rigor, à Folha
"Foi a pior notícia do ano para mim. O
encontro do Charlie Brown com o RZO foi
fundamental. Nós ficamos conhecidos de um
outro público, que era o deles. Você tem que
ver a pessoa, não a música. Não importa se o
cara faz rock, se faz punk, se faz rap, se faz
samba, tem que vir para somar que nem foi o
Chorão. Para você ver como Deus é perfeito.
O Chorão sempre foi magoado com o
Racionais. As más línguas disseram que eles
não se gostavam. E o Chorão era orgulhoso,
ficou muito magoado com isso, chegou a
quebrar o CD do Racionais, mano. Ele dizia:
'pô, Helião, os caras não gostam de mim, não
gosto mais deles". Mas ele amava os caras.
Recentemente, o Planeta Atlântida teve
Racionais e Charlie Brown. Eu dizia pro
Chorão que não tinha nada a ver aquela fita.
Tanto que levamos ele pro palco com a gente.
Acredito que foi a melhor coisa da vida dele,
ele olhou para mim com o lho cheio de
lágrima, mano. Agora, você vê que ironia, ele
fez música para a Coca-Cola, pra Red Bull, e
essas porras mataram ele, ele estava gordão.
A gente fica nessa porra de refrigerante, tem
que parar com isso. Até falei com o Blue e
com o Brown para a gente fazer uma música
sobre isso, pra acordar para a vida. Os caras
estão morrendo e eu não estou vendo
reposição. Reconheço o valor das novas
bandas, Badauí é meu parceiro, o menino do
NX Zero é firmeza, mas o Charlie Brown é
insubstituível."
Helião
MC do RZO, à Folha
"Chorão, respeito e admiro muito! Todo
mundo tem sua hora, mas não consigo
acreditar que a hora do Chorão já chegou!!
Estou em choque!"
Fiuk
cantor, pelo Instagram
"Não tenho como expressar o que sinto,
perder uma pesoa que faz parte da minha
história. Faz mais um refrão, Chorão."
Rick Bonadio
produtor musical, pelo Twitter
"Chorão era genial como poeta, um porta-voz
de sua geração. Por trás daquela imagem de
brigão, era um cara bem simpático. Conheci
ele em 2005 quando o chamei para participar
de um tributo ao Renato Russo [vocalista da
Legião Urbana], em que ele cantou 'A Canção
do Senhor da Guerra'. O Charlie Brown, foi
um dos grandes nomes da cena dos anos
1990. Junto com Raimundos, foi um dos
poucos grandes da década."
Marcelo Froes
pesquisador de rock, à Folha
"Chorão sempre foi uma incógnita pra mim.
Ídolo no palco e uma figura discreta fora
dele. Lamento sua morte prematura... Nos
últimos tempos, tinha a impressão que o
Chorão estava em busca de paz e
tranquilidade. Parecia cansado de uma
imagem que ñ era mais ele."
Thedy Corrêa
vocalista da banda Nenhum de Nós, pelo
Twitter
"Caramba...o Chorão morreu! Muito triste!
Gostava muito dele! Bom coração! Poeta!
Gente boa! Despejo todo meu carinho na
familia! Uma perda!"
Luciano Huck
apresentador, pelo Twitter
"Com tristeza, acordamos sem o Chorão! Mais
um talento faz a travessia na ponte da vida."
Elba Ramalho
cantora, pelo Twitter
"Desde 'Transpiração Contínua Prolongada'...
hoje são meus filhos que curtem você, Chorão
(eu disse isso a ele)."
Carla Vilhena
jornalista, pelo Twitter
"É triste esta notícia da morte do Chorão, tão
jovem! Deus abençoe sua família!"
Buchecha
músico, pelo Twitter
"O dia parecia que seria de sol e alegria, mas
ao invés disso: lagrimas e tristeza."
Ana Hickmann
apresentadora, pelo Twitter
"Tendo convulsões imaginando as discussões
sobre gosto musical que a morte do Chorão
vai inspirar."
Arnaldo Branco
cartunista, pelo Twitter
"Que dia mais triste! Desejo muita força pra
família dele, banda e fãs."
Elektra
músico, vocalista da banda Fake Number, pelo
Twitter
quarta-feira, 6 de março de 2013
"Chorão está no patamar de Cazuza e Renato Russo", diz o apresentador Marcos Mion
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