O advogado José Arteiro, assistente da
acusação no caso contra o goleiro Bruno
Fernandes de Souza, disse na noite desta
quinta-feira que "o Brasil vai virar um
cemitério de mulheres", caso os jurados
decidam pela absolvição do jogador ou ainda
no caso deve pegar uma pena que o deixe em
liberdade em breve.
"Todo mundo que não gostar de mulher vai
matar", afirmou o advogado contratado pela
mãe de Eliza, Sônia de Fátima Moura, para
acompanhar o processo. Com isso, ele
também tem o direito de falar nos debates
entre acusação e defesa que começaram na
manhã desta quinta-feira.
Durante o debate, Arteiro também falou que o
pai de Eliza, Luís Carlos Samudio, estuprou a
ex-modelo. A afirmação ocorreu quando outra
assistente de acusação Maria Lúcia Gomes
fazia referência ao "bom pai" e "bom
homem" que criou a jovem. Com isso, Arteiro
gritou dentro do plenário: "Ele estuprou a
filha dele também".
O pai de Eliza foi condenado em 2011 pelo
estupro (atentado violento ao pudor, na
época) da irmã de Eliza. Na época do crime,
em 2003, a menina tinha dez anos. Ele está
foragido desde então.
DEBATE
A acusação concluiu sua participação durante
a réplica por volta das 20h50, quando foi
iniciado o pronunciamento da defesa. As duas
partes já tinham falado em um primeiro
momento do debate.
O advogado Lúcio Adolfo da Silva, que
defende o goleiro, aproveitou a primeira parte
dos debates para contestar provas
apresentadas pela acusação e tentar eliminar
as qualificadoras do crime de homicídio --
meio cruel, sem chance de defesa e motivo
torpe--, que podem elevar a pena em caso de
condenação.
Quanto ao meio cruel, Lúcio Adolfo afirmou
que a inexistência de um corpo para ser
examinado impossibilita saber a exata causa
da morte de Eliza, que é apontada como
asfixia no laudo da morte. Ele destaca ainda
que o laudo se baseia apenas no depoimento
do primo do jogador Jorge Luiz Rosa.
A defesa tentou convencer os jurados ainda
que a acusação não embasa no processo o
agravante que afirma que Eliza não teve
chance de defesa e acrescentou que o crime
não se tratou de motivo torpe, uma vez que já
havia um acordo firmado entre o jogador e
Eliza para que fosse feito o exame de DNA
para confirmar a paternidade do filho dela.
ACUSAÇÃO
A Promotoria falou antes e tentou convencer
os jurados de quem Bruno estava no controle
da trama, já que Macarrão retornou para o
Rio de Janeiro no dia 7 de junho --três dias
antes do crime--, deixando o goleiro sozinho.
Ele retornou para o sítio no dia 8.
O promotor pediu, no entanto, que os jurados
absolvam Dayanne. De acordo com ele, a ex-
mulher de Bruno se encontrava numa situação
insuportável, sob constrangimento e ameaça
do ex-policial José Lauriano, o Zezé --que é
alvo de uma investigação complementar
realizada pela Polícia Civil a pedido do
Ministério Público.
Enquanto Bruno é acusado de envolvimento
no desaparecimento e morte de Eliza,
Dayanne é acusada pelo sequestro e cárcere
privado do filho da ex-modelo com o jogador.
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