domingo, 17 de março de 2013

Governo paulista pede mais uma década para limpar o rio Tietê

A diretora-presidenta da Sabesp, Dilma Pena,
disse na tarde destea (15) no Palácio dos
Bandeirantes que, "em 2020, toda a bacia do
Alto Tietê não será rio morto. Terá oxigênio e
portanto terá vida e peixes de espécies mais
resistentes. Em 2025, a parte do rio Tietê na
cidade de São Paulo terá uma fauna aquática
já mais diversificada".
A afirmação foi feita em cerimônia de
assinatura de financiamento de R$ 1,35
bilhão do governo de São Paulo com o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) para investimentos
destinados ao Projeto Tietê. O governador
Geraldo Alckmin, Dilma Pena e o presidente
do BNDES, Luciano Coutinho, participaram da
cerimônia no Palácio dos Bandeirantes. O
montante será aplicado pela Sabesp na capital
e em mais 27 cidades da Grande São Paulo.
Iniciado em 1992, o projeto de limpeza
entrará, com recursos federais, na terceira
fase. A promessa mais recente, de 2009,
indicava que até 2018 a despoluição no
trecho urbano estaria concluída. Segundo
Dilma Pena, essa fase, a ser concluída em
2015, prevê que "até a barragem da Penha
(zona leste da capital) o rio terá boas
condições e no Alto Tietê ele estará vivo".
No entanto, a diretora-presidenta da Sabesp
reconhece que, mesmo no final de 2015, a
parte do Tietê que passa pela capital ainda
estará poluída. Ela afirma também que a meta
é que até o final da década o rio esteja
"saudável".
Segundo ela, os investimentos em
infraestrutura, tratamento e coleta de esgoto
feitos pelo governo precisam ser
acompanhados da gestão do problema do lixo
pelas administrações municipais, um dos
grandes problemas causadores da poluição do
rio. "É muito importante que as prefeituras
tenham serviços de limpeza urbana mais
eficientes, e que cada cidadão cuide melhor
do lixo que produz."
O governador Geraldo Alckmin, em referência
às críticas comumente feitas à morosidade do
Projeto Tietê, afirmou que existem diferenças
entre projetos europeus do mesmo gênero e o
de São Paulo. "O Tâmisa, em Londres, é um
rio de foz, tem muita água, e aqui (o Tietê) é
um rio de cabeceira. A 700 metros de altura,
em São Paulo, temos 20 milhões de pessoas e
o desafio é muito maior", comparou.
Alckmin disse que a melhora das condições
do rio deve ser medida pela chamada
"mancha de poluição". Dilma Pena explicou
que a "mancha" no interior do estado recuou
de Barra Bonita para Salto, a 160
quilômetros.
Questionada sobre um relatório de Qualidade
das Águas Superficiais no Estado de São Paulo,
da Cetesb (Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental), divulgado em 2012
com dados de 2011, de 176 municípios da
Bacia do Rio Tietê, segundo o qual menos de
30% deles possuem sistema de coleta e
tratamento completo de esgoto, a diretora-
presidenta da Sabesp afirmou: "Ao longo de
toda a bacia do rio, desde Salesópolis até sua
foz, exceto litoral e Alto Tietê, todas as
cidades operadas pela Sabesp terão 100% de
esgoto coletado e tratado até o final de
2014". Segundo ela, além do Projeto Tietê,
por meio do programa Água Limpa o governo
apoia municípios com menos de 50 mil
habitantes na solução de tratamento de
esgoto.
A quarta fase do Projeto Tietê, disse Dilma
Pena, já conta com recursos anunciados na
semana passada pelo governo federal. "Já
temos para essa fase R$ 1,2 bilhão do BNDES
e da Caixa Econômica Federal em regime de
financiamento", explicou. Essa fase do projeto
tem como prioridades coletores no
Anhangabaú e interceptores na zona lesta da
cidade. De acordo com a diretora-presidenta
da Sabesp, as licitações dessas obras serão
lançadas ainda este ano.
A primeira etapa do Projeto Tietê (de 1995 a
1998) custou R$ 2,6 bilhões. A segunda, de
2000 a 2008, R$ 928 milhões. A terceira fase,
que vai até 2015, custará R$ 3,9 bilhões. A
quarta está em planejamento.
O presidente do BNDES afirmou que o
governo federal está "orgulhoso de participar
desse projeto". Disse ainda que em 2012 o
governo destinou cerca de R$ 3,8 bilhões em
financiamento de obras públicas para São
Paulo.

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