domingo, 17 de março de 2013

Prefeitura de SP quer importar semáforos

A Prefeitura de São Paulo quer
importar de Londres o modelo dos novos
semáforos inteligentes que promete instalar
na cidade. O secretário municipal de
Transportes, Jilmar Tatto, está na capital
inglesa e visitará também Glasgow, na Escócia,
para conhecer detalhes do modelo que quer
ver nas ruas da capital paulista.
Tatto disse anteontem, antes de embarcar,
que a sinalização da cidade é "burra
inteligente ou uma inteligente burra, porque
os controladores (semafóricos) não conversam
entre si". E é um sistema "conversador" que o
secretário foi conhecer.
O sistema londrino foi adotado na cidade
para os Jogos Olímpicos ocorridos no ano
passado. O principal interesse pelo modelo de
lá é o uso do chamado "protocolo aberto",
uma configuração de sistemas que permite o
uso de equipamentos de controle de
diferentes fornecedores, o que facilita as
compras, deixa-as mais baratas e gera mais
economia ao longo do tempo, principalmente
na manutenção.
Os semáforos inteligentes são considerados
por especialistas como "essenciais" para
melhorar a fluidez da cidade. Na capital, os
controladores semafóricos tidos como
inteligentes funcionam cada um em um
determinado cruzamento, sem que seja
possível uma reprogramação rápida e
abrangente, mudando o tempo de parada, por
exemplo, em corredores importantes como
Consolação-Rebouças-Francisco Morato, que
liga o centro à zona oeste.
A proposta é justamente mudar esses
controladores para um sistema integrado, em
que cada bloco de semáforos esteja conectado
a um controlador inteligente, e este ligado a
uma central para toda a cidade. Há no Brasil
tecnologia para instalar um sistema que
detecte o movimento nas vias e,
automaticamente, seja capaz de abrir e fechar
o sinal daquelas com maior demanda.
Tecnologia. Segundo o presidente da
Associação Brasileira das Empresas de
Engenharia de Trânsito, Silvio Médici, é
possível ir além: instalar dispositivos em
viaturas de polícia e ambulâncias que
disparem um alerta para a central e abram os
semáforos para dar passagem a esses
veículos.
"A tecnologia está disponível no Brasil. Não
precisa importar, é só investir", afirma
Médici. "Se utilizássemos o dinheiro da
arrecadação municipal de multas e
investíssemos, nós certamente teríamos um
sistema de primeiro mundo", critica.
Antonio Clóvis Pinto Ferraz, do Núcleo de
Pesquisas do Trânsito do câmpus de São
Carlos, da Universidade de São Paulo, é
cauteloso sobre os benefícios de um sistema
semafórico semelhante ao de Londres. "Visitei
algumas capitais europeias e, em Londres, o
congestionamento não é muito diferente do
de São Paulo. Há lentidão e um número muito
grande de veículos nas ruas."
Ele diz que modernizar o sistema de
semáforos de São Paulo não será suficiente
para diminuir os tempos de espera nos
congestionamentos. "Em um primeiro
momento, as condições do trânsito vão
melhorar, mas isso provocará um aumento
gradual do número de veículos", alerta.
O prefeito Fernando Haddad (PT) já prometeu
licitação de R$ 100 milhões para trocar
equipamentos do centro expandido. No mês
passado, após uma tempestade deixar 114
semáforos da cidade apagados - alguns por
até cinco dias -, ele chegou a classificar como
"sucateada" a estrutura semafórica deixada
pela gestão de Gilberto Kassab (PSD). "Estou
inconformado com a situação e pedi um
relatório de todo o problema. E o que eu
constatei, até por fotografias, é que a rede de
semáforos da cidade está precária", disse, na
época. As informações são do jornal O Estado
de S.Paulo.

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