sábado, 2 de março de 2013

Diretor de hospital da polêmica das UTIs no PR defende médicos

Diretor técnico do Hospital Evangélico de
Curitiba, o pneumologista Luiz Felipe Mendes
disse que o clima no local é "péssimo" desde
a operação que prendeu cinco suspeitos de
provocar a morte de pacientes na UTI geral.
A chefe do setor, Virgínia Helena Soares de
Souza, 56, está presa desde a semana passada.
Também foram presos outros três médicos e
uma enfermeira. Maior pronto-socorro de
Curitiba e região, o hospital atende 92% de
seus pacientes pelo SUS (Sistema Único de
Saúde), numa média de 2.000 internações e
cirurgias por mês.
Nesta semana, porém, cirurgias eletivas foram
canceladas devido ao estado emocional dos
médicos, e houve queda no número de
atendimentos, segundo Mendes.
"Os pacientes questionam, teve uma família
que solicitou transferência... Mas isso foi nos
primeiros dias [de notícias sobre a
investigação policial]", disse ele à Folha .
Segundo o diretor, há agora muita
insegurança entre o corpo médico. "A
sensação deles é a seguinte: tenho um excesso
de pacientes graves, estou fazendo tudo o que
a medicina permite, mas há pessoas que
morrem. Será que vou ser processado, vou
ser incriminado?"
Para ele, o exercício da medicina está em
risco. "As pessoas falam o que querem,
muitas vezes movidas pela emoção, e não é
mais salvaguardado o direito de defesa."
A UTI geral, alvo das investigações, está
fechada, à espera da nova equipe que
assumirá os leitos. A reabertura deve ocorrer
na semana que vem, com o nome UTI 1.
Mendes nega a possibilidade de que a
diretoria soubesse dos supostos crimes.
"Refutamos veementemente isso. Há uma
comissão de ética médica no hospital, um
comitê de revisão de prontuários, de óbitos...
E ninguém falaria nada?", questiona.
O diretor defende Virgínia e os demais
profissionais presos. "Até que se prove o
contrário, a gente acredita na inocência
dessas pessoas."
A defesa deles nega que tenham cometido
crimes.
PROBLEMAS
Virgínia chefiava a UTI desde 2006, mas já
trabalhava no lugar havia mais de 20 anos.
Em 2010, a Vigilância Sanitária autuou o
hospital após encontrar bitucas de cigarro na
UTI geral. A direção do hospital diz que a
médica era a responsável, mas não repetiu o
ato. Em 2011,
ela foi afastada por um mês em razão de
problemas com uma colega.

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