sábado, 2 de março de 2013

Herói no Japão, Wanderlei retorna à terra do Pride pressionado a vencer para seguir no UFC

"Cachorro Louco", "Machado Assassino".
Foram com estes nada delicados apelidos que
Wanderlei Silva ficou conhecido no mundo do
vale-tudo, principalmente quando se leva em
conta o período de 1999 a 2006, em que se
tornou uma das maiores estrelas do Pride.
Depois de ser um verdadeiro herói no Japão,
o ex-campeão retorna neste sábado para seu
palco mais famoso, só que desta vez
pressionado a fazer uma boa apresentação
para que possa seguir carreira dentro do
octógono, aos 36 anos.
Na noite deste sábado, em Saitama, Wanderlei
Silva encara Brian Stann na luta principal do
UFC on Fuel TV 8. O detalhe é que ambos os
lutadores vêm de derrota e subiram de peso,
do médio (até 84 kg) para o meio-pesado (até
93 kg). A obrigação de vencer afeta os dois
rivais, mas a idade e o fato de ter apenas três
vitórias nas suas últimas dez lutas fazem a
pressão afetar mais o veterano paranaense.
O chefão Dana White considera Wanderlei
como um futuro integrante do Hall da Fama
do UFC. No entanto, já falou muito sobre uma
aposentadoria de Wanderlei, e deixa claro que
nesta fase da carreira prefere preservar os
ídolos do passado a deixar que eles sigam
sendo derrotados no octógono.
O principal revés neste sentido veio no revés
contra Chris Leben em 2011, quando o
brasileiro foi nocauteado em 27 segundos. Ele
se recuperou ao nocautear Cung Le e voltou a
perder em 2012, numa boa luta com Rich
Franklin no UFC 147, em Belo Horizonte.
"Eu luto pra frente, eu me entrego, busco o
nocaute o tempo todo e todo mundo gosta
disso. Estou provando, mais do que nunca,
que luto porque amo isso, porque é minha
vida e tenho muita lenha pra queimar", disse
o lutador, ao Na Grade do MMA, descartando
planos de parar, mesmo que os dirigentes do
Ultimate possam tomar esta decisão por ele.
Wanderlei fez suas principais lutas no japonês
Pride. Ele foi campeão dos pesos médios e
derrotou uma longa lista de rivais de renome:
Dan Henderson, Kazushi Sakuraba (três vezes)
e o arquirrival Quinton "Rampage" Jackson.
Isso deu status de astro entre os torcedores
japoneses, algo que se conserva até hoje. "Eu
sabia que um dia teria a oportunidade de
lutar aqui de novo. Estou tão feliz por estar
na luta principal contra um bom oponente e
em uma boa arena... Estou feliz por este
momento na minha carreira", comentou ele,
ao site do UFC.
O combate ainda marca um retorno de
Wanderlei a enfrentar rivais mais jovens,
depois de encarar os também veteranos Le e
Franklin. Stann esteve perto de uma chance de
cinturão nos médios, mas as derrotas para
Chael Sonnen, em 2011, e Michael Bisping, no
ano seguinte, o tiraram da fila. O norte-
americano, um ex-militar, tem cartel de 12
vitórias e cinco derrotas.
"Ele tem uma estilo como o meu. Ele não
corre no pctógono, e é este tipo de cara que
gosto de enfrentar. Não gosto de correr. Ele é
o oponente perfeito para este momento",
analisou o "Machado Assassino".

Duelo de pesados terá lutadores com 35
cm de diferença na altura
O UFC japonês terá 11 combates, com
japoneses e orientais em posições de
destaque. A penúltima luta da noite, antes de
Silva x Stann, terá um duelo entre dois pesos
pesados com nada menos que 35 cm de
diferença. O gigante holandês Stefan Struve
(2,13 m, o mais alto da organização) encara o
neozelandês Mark Hunt (1,78 m).
Struve vem bem na categoria, com quatro
vitórias seguidas, sendo duas por finalização e
duas por nocaute. Hunt também está
embalado, com três triunfos consecutivos,
sendo dois por nocaute.
No peso médio, o cubano Hector Lombard,
que chegou como sensação ao Ultimate,
encara o local Yushin Okami. Ambos vêm de
vitória e podem subir bastante no ranking da
organização se vencerem bem.
O Brasil terá três representantes: Rani Yahya
enfrenta o japonês Mizuto Hirota entre os
pesos pena; no leve, Cristiano Marcello
também terá um oriental pela frente, Kazuki
Tokudome; já o invicto Marcelo Guimarães
abre a noitada contra o sul-coreano Hyun Gyu
Lim, pelos meio-médios.

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