Um dos suspeitos pelo estupro coletivo e pela
morte de uma jovem estudante dentro de um
ônibus em Nova Déli, que chocou a Índia no
fim do ano passado, foi encontrado morto na
prisão.
Segundo a polícia local, Ram Singh se
enforcou em uma cela da prisão de Tihar, na
capital indiana. Entretanto, advogados de
defesa questionaram essa versão.
Singh era um dos cinco homens presos
acusados do crime. Ele dirigia o ônibus
clandestino onde a jovem foi atacada. Um
sexto acusado está sendo julgado por um
tribunal juvenil. Todos negam as acusações.
O ataque brutal contra a estudante de
medicina, em dezembro, provocou comoção
na Índia e gerou um debate internacional
sobre o tratamento das mulheres.
"Notícia Chocante"
O advogado de Ram Singh, V K Anand, disse à
BBC que foi informado sobre a morte de seu
cliente pela polícia.
"Esta notícia é chocante. Não havia
circunstâncias para sugerir que ele cometeria
suicídio. Ele estava satisfeito com o
julgamento, que estava seguindo sem
problemas", disse Anand à mídia local.
O porta-voz da prisão de Tihar, Sunil Gupta,
disse à BBC que um inquérito foi aberto para
apurar o incidente. Segundo ele, o corpo de
Singh deve passar por uma autópsia nesta
segunda-feira (11).
A morte de Singh representa mais um revés
para as autoridades indianas, já sob críticas
por conta da enorme pressão popular gerada
pelo caso.
Julgamento rápido
Ram Singh e os outros quatro adultos
acusados - seu irmão, Mukesh Singh, Pawan
Gupta, Vinay Sharma e Akshay Thakur - estão
sendo julgados em um tribunal que julga
causas com mais rapidez.
Eles enfrentam 13 acusações, incluindo
assassinato, estupro coletivo, sequestro e
destruição de provas. Se forem considerados
culpados, eles poderão ser condenados à pena
de morte.
Um sexto membro da quadrilha, um
adolescente, ainda não foi acusado
oficialmente e será julgado separadamente.O
menor de idade, se for condenado, deverá
passar três anos em um reformatório juvenil.
A vítima estava com um amigo em um ônibus
em Nova Déli quando foi atacada. Os dois
foram depois jogados do ônibus na rua, nus.
A jovem, que ficou conhecida simplesmente
como "Nirbhaya" ou "sem medo", morreu no
dia 29 de dezembro, em um hospital de
Cingapura, depois de ter ficado durante 13
dias entre a vida e a morte.
O pai de Singh, Mangelal Singh, disse que seu
filho tinha ferimentos graves na mão e não
teria conseguido se enforcar, como sugere a
versão da polícia.
Ele disse ainda que seu filho foi estuprado na
prisão por outros prisioneiros e ameaçado
repetidas vezes por prisioneiros e também
guardas.
"Meu filho não cometeu suicídio", disse o pai
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