quarta-feira, 1 de maio de 2013

Racional até com a mulher, Hernanes volta a ser volante pela seleção

Hernanes se intitula um homem racional. Seja
em campo, como um dos principais jogadores
da Lazio, ou fora das quatro linhas, em seu
relacionamento com Erica, mãe de seus três
filhos. Mas foi após uma autoanálise sobre a
sua atual condição na seleção brasileira que o
volante deixou de ser meia no time italiano e
decidiu voltar a atuar mais recuado - tudo
para ter mais espaço na equipe verde e
amarela.
Pensar antes de falar é um dos seus pontos
fortes, tanto que é difícil ver Hernanes metido
em polêmicas. Mesmo quando o assunto é o
comportamento violento da torcida da Lazio,
que recentemente fez o time atuar com
portões fechados pela Liga Europa por conta
de atos racistas e manifestações nazistas.
"Toda torcida tem a sua parcela não positiva,
mas não podemos generalizar. Há uma parte
que se envolve com política, mas não posso
falar nada de negativo, sou muito bem
tratado", ressaltou.

Uma semana
após um clássico contra a Roma, maior rival
da sua Lazio, em que fez um golaço, perdeu
um pênalti e cometeu outro no empate por 1
a 1, Hernanes mostrou toda a sua
racionalidade.
"Eu saí um pouco triste sim. Era uma partida
que poderíamos ter uma grande vitória e
acabou se tornando uma partida não tão boa
assim. Mas tive que colocar a cabeça logo no
lugar, sai frustrado, mas tive forças para não
me abater", disse o jogador.
Uma falha, como no clássico, ou uma
expulsão inesperada, como no amistoso
contra a França em amistoso em fevereiro de
2011, tira o volante do sério.
"Quando não entendo algo, não me sinto bem
até deixar claro. Então quando eu consigo
entender algo, não só na minha carreira
profissional, tenho satisfação. Sempre analiso
as partidas e a responsabilidade é sempre
minha, nunca dos outros", disse.
Hernanes está tão à vontade na Lazio que teve
uma conversa no começo da atual temporada
com o técnico Vladimir Petkovic e pediu para
voltar jogar mais recuado como volante e não
mais como meia, como na temporada
anterior.

"Tive uma conversa rápida, ele me perguntou
onde eu preferia jogar e me encaixou depois
de algumas rodadas. Nunca tinha passado por
essa situação (conversar com o treinador e
analisar a melhor posição) e gostei. Depois de
passar por diversas posições, eu queria voltar
à minha de origem", explicou.
Hernanes, que é o vice-artilheiro do time na
temporada com 12 gols, teve sucesso jogando
mais perto dos atacantes, mas o motivo para
retornar às origens era um só: a seleção
brasileira.
"Não queria fazer uma função na Lazio e
outra na seleção. É mais fácil seguir uma linha
só. Hoje me vejo pronto. Não foi nenhum
sacrifício. Estar perto do gol e marcar é muito
legal, mas me sinto melhor", disse.
Hernanes foi convocado por Luiz Felipe
Scolari para os amistosos contra Itália e
Rússia em março e está confiante em uma
vaga na lista para a Copa das Confederações.
"A expectativa é muito boa. É um sonho e é
grande vontade de servir a seleção e disputar
uma competição com a seleção no meu país",
ressaltou.

O volante deixou a racionalidade de lado em
recente participação de um programa da TV
Lazio. Enquanto sua mulher, Erica, dava
entrevista sobre o jogador, Hernanes decidiu
fazer uma declaração.
"Dizem que sempre por trás de um grande
homem, há uma grande mulher. Mas eu digo:
não sou ainda um grande homem, mas tenho
uma grande mulher", disse, em italiano.
Hernanes assumiu que costuma falhar no
quesito romantismo com a mulher.
"Eu não dou muito não, sou muito racional,
muito lógico. É uma parte que me falta sim,
ela até estranhou. Mas também não sou uma
geladeira", explicou.
Fora de campo, o brasileiro tem como hobby
tocar violão, mas, acostumado a jogar para
milhares de torcedores, ele prefere praticar
sem uma grande plateia.
"Eu toco geralmente em casa, mas sou uma
negação cantando. Toco muita música gospel,
MPB, Legião Urbana. Na verdade toco de
tudo. Outro dia uma vizinha nossa veio em
casa e ela cantou enquanto eu tocava, mas
não vamos criar uma parceria não, tenho que
melhorar muito", brincou.

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