quinta-feira, 2 de maio de 2013

Em livro, Lobão ataca artistas e políticos, como Racionais, Roberto Carlos e Dilma

Lobão não para de falar. Aos 55 anos, volta a
anarquizar a cena cultural brasileira.
"Tudo passa na Lei Rouanet", diz Lobão em
entrevista
Depois de vender 150 mil exemplares de sua
autobiografia ("Lobão - 50 Anos a Mil",
editora Nova Fronteira), agora ele lança
"Manifesto do Nada na Terra do Nunca".
Com tiragem de 40 mil exemplares --o
anterior saiu com 10 mil--, o livro traz duras
críticas a figuras dos meios artístico e político
do país.

Para a feitura do livro, que demorou sete
meses, o compositor diz ter lido mais de 60
obras --de Slavoj Zizek a Olavo de Carvalho e
"tudo sobre a Semana de Arte de 1922"--
para sustentar argumentos.
Em "Manifesto do Nada na Terra do Nunca",
Lobão defende que as ideias propostas na
Semana de 1922 acabaram por moldar todo o
pensamento cultural brasileiro até os dias de
hoje, influenciando movimentos posteriores,
como o cinema novo, o concretismo e a
tropicália.
Ele argumenta que a antropofagia, base da
Semana de 22, que defendia uma arte
brasileira que bebesse das vanguardas
estrangeiras, não passava de mero
nacionalismo.
Ao longo de quase 300 páginas, quase
ninguém escapa da mira de Lobão.
A presidente Dilma Rousseff é chamada de
"torturadora" --em capítulo cujo título é
"Vamos Assassinar a Presidenta da
República?"--, Roberto Carlos, de "múmia
deprimida" e os Racionais MCs, de "braço
armado do PT".
Além disso, ele explica sua briga com os
organizadores do festival Lollapalooza, no ano
passado, quando desistiu de se apresentar por
ter se considerado subestimado.
Lobão diz que sua apresentação na Virada
Cultural, em maio, será um termômetro da
reação do público. "Quando escrevia o livro,
tive medo de ser 'simonalizado' [referência a
Wilson Simonal], tachado de reacionário.
Vamos ver se terei espaço para trabalhar."

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