quinta-feira, 25 de abril de 2013

Advogado e promotor xingam-se de "canalha" durante júri de Bola, em Minas Gerais

O advogado Ércio Quaresma, defensor do ex-
policial Marcos Aparecido dos Santos, o
"Bola", bateu boca com o promotor Henry
Castro, representante do Ministério Público
(MP) durante o depoimento do ex-delegado
Edson Moreira, responsável pela chefia do
inquérito sobre o sumiço de Eliza Samudio,
ex-amante do goleiro Bruno
Fernandes, condenado a 22 anos e três meses
de prisão por ser o mandante do crime.
Castro pretendia indeferir as perguntas feitas
por Quaresma porque, na ótica do promotor,
o advogado de defesa fazia argumentações
"indevidas" antes das perguntas que estava
dirigindo ao ex-delegado. O promotor queria
que as inquirições fossem feitas de maneira
objetiva para a testemunha.
Após uma pergunta [inaudível para os
presentes na sala do júri] feita por Quaresma
ao ex-policial, o promotor tomou a palavra,
exaltado, e disse que o advogado estava tendo
uma atitude canalha. Em resposta, foi também
chamado de "canalha". "Você que é o
canalha, e eu vou provar", retrucou
Quaresma.
O clima esquentou e foi preciso a intervenção
da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do
1º Tribunal do Júri de Contagem, que ameaçou
suspender o depoimento do ex-delegado. O
julgamento de Bola entrou no quarto dia com
a retomada do depoimento de Moreira.
Mais cedo, Quaresma teria insinuado que o
MP investiga, de maneira sigilosa, a sua
suposta participação no caso. Castro tomou a
palavra e afirmou nunca ter dito que
Quaresma era alvo de investigação, "mas se a
carapuça lhe servir, é problema do senhor",
disse Castro.
Em troca, Quaresma afirmou que, na hipótese
de o promotor ter alguma investigação em
curso contra ele, "vai cair de quatro".

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