quinta-feira, 25 de abril de 2013

Juninho diz fugir do amadorismo como gestor e vê emoção "muito pior"

Depois de uma experiência de 17 anos como
jogador profissional, o ex-meia Juninho Paulista
escolheu continuar no futebol como gestor do
clube no qual começou e encerrou a carreira, o
Ituano. Está desde 2010 no clube do interior,
que escapou do rebaixamento à Série A2 do
Paulista nos minutos finais do jogo contra o
Palmeiras, na vitória por 2 a 1, no último
domingo.
Desde que Juninho assumiu a presidência e
passou a se dedicar de maneira exclusiva à
função (em 2010 foi jogador e presidente), o
time se manteve estável na Série A. Somente
neste ano passou pelo susto da queda. O
pentacampeão viveu momentos de tensão na
arquibancada e diz que as emoções como
cartola são piores do que dos tempos de atleta.
"É uma emoção muito diferente. É muito pior.
Quando você está em campo se esforçando,
alguma coisa ali depende de você. Quando você
não pode fazer nada em campo, fica apreensivo
e preocupado. Estou passando por essas
experiências. São dois anos e eu passo por
essas emoções”, falou.
Apesar do time ter se safado da segunda
divisão, Juninho demonstrou decepção com a
campanha. Esperava mais pelo investimento
feito e pela qualidade do elenco. “Este ano
fiquei um pouco mais chateado porque de tudo
que vinha buscando e aprendendo, acho que fiz
o melhor. O planejamento eu comecei em
setembro do ano passado. E podemos perceber
que individualmente o time tem bons
jogadores. Fiquei chateado e apreensivo porque
a expectativa era outra. Pelo orçamento e folha
de pagamento caros, esperava tentar uma
classificação.”
Juninho afirma que a opção por um projeto
com uma equipe pequena em detrimento a
tentar carreira como treinador ou dirigente de
clube grande foi por duas razões: pela
afinidade com o Ituano e para fugir da
mesmice que vinha tendo na carreira de
jogador e que não queria mais vivenciar.
“Primeiro, foi pelo vínculo que tenho com o
Ituano. Pela oportunidade que surgiu quando
estava me aposentando. Estava saturado de
concentrações e viagens. Isso estava me
saturando um pouco. E como treinador ou
dirigente de grande clube, eu iria ter a mesma
rotina sem ter o prazer de estar jogando.
Nunca tive vontade de ser treinador ou
dirigente de clube grande porque vivenciaria a
mesma rotina dos tempos de jogador. E [escolhi
o Ituano] também pela autonomia de implantar
o meu pensamento. Se eu pegasse um clube
grande, seria difícil comandar como eu
gostaria”, explicou.
Juninho explica como é comandar da maneira
que gosta. Ele afirma que usa a experiência
vista como jogador para fazer um trabalho sem
amadorismo visto em muitos grandes clubes.
Uma das lições é jamais dever para os atletas.
Diz que seu time nunca atrasou salários.
“Existe muito amadorismo, como pressão
externa de dirigentes que cobram sem nem
saber o que está acontecendo. Tem que ter um
bom palavreado com jogadores, saber a hora
de pressionar e a de dar apoio. Tem que
oferecer para os jogadores as melhores
condições pra poder cobrá-los. E nunca ficar
devendo. Tem que saber analisar se cada um
está dando o melhor, se [jogadores e técnico]
estão fazendo um trabalho em prol do clube e
não só pra eles”, falou.
“Todos esses detalhezinhos muitos dirigentes
não acompanham nos clubes grandes. Aí o
resultado negativo vem e fazem cobranças sem
fundamento. Trocam de trabalho a cada quatro
ou cinco meses sem estar acompanhando. Eu
nunca devi salário. Pelo contrário”, continuou.
O agora dirigente afirmou que tem planos de
fortalecer seu time no cenário nacional.
Coordena junto com a Prefeitura de Itu um
projeto de construção de um CT com mais três
campos, alojamento e infraestrutura para
recuperação de atletas. “Quero executar meu
objetivo aqui, que  é deixar o clube bem
estruturado e sólido no cenário nacional.”

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