sexta-feira, 26 de abril de 2013

Assassino de Glauco pode voltar para casa três anos após crime

Três anos e um mês após a morte do
cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele,
Raoni, a Justiça de Goiás diz que o assassino
confesso já está apto a sair da clínica
psiquiátrica em que está internado e ir para a
casa dos pais.
'Se ele vai matar de novo? Não pode garantir',
diz juíza
Não há data para a saída de Carlos Eduardo
Sundfeld Nunes, o Cadu, 27. Mas a juíza
Telma Aparecida Alves, que acompanha o
processo, disse à Folha que a liberação "é um
fato" e tem respaldo médico. Segundo ela,
Cadu teve "evolução positiva" no tratamento
psiquiátrico.
A juíza diz, por outro lado, que é impossível
garantir que ele não voltará a cometer um
crime. "Qualquer um de nós, mesmo em
perfeito estado, pode um dia agredir alguém.
Não tem como eu dizer que ele nunca fará
nada."
"Por mais que se tenha prova, ele foi
absolvido porque não teve capacidade de
entender o que fazia", diz a juíza.
Glauco e Raoni foram mortos em Osasco
(Grande SP), em março de 2010. Cadu, ex-
frequentador da igreja Céu de Maria, fundada
por Glauco, confessou o crime. Declarado
inimputável pela Justiça, ficou num complexo
médico penal no Paraná (onde foi preso após
fugir) e, em outubro de 2012, foi transferido
a Goiânia, a pedido da família.
Cadu passou por clínicas vinculadas ao Paili
(Programa de Atenção ao Louco Infrator), da
Secretaria de Saúde de Goiás. O advogado de
Cadu em Goiás, Sérgio Divino Carvalho Filho,
diz que ele teve evolução no tratamento
depois da transferência.
"Imagina um manicômio, sem cela, mas com
grades. É onde ele estava antes. Como deixa
de ser prisão, é outra perspectiva", diz o
advogado.
Segundo a coordenadora do Paili, Maria
Aparecida Diniz, após sair da clínica, o
paciente segue para tratamento ambulatorial,
com acompanhamento. "O que extingue é a
relação com a Justiça, mas não com o
tratamento."
O advogado da família de Glauco, Alexandre
Khuri Miguel, vai à Justiça para impedir a
liberação. "Ele já teve problemas com arma e
com droga antes de surtar", diz.
Segundo Miguel, a família sofre pelo
ocorrido. "É preocupante. A juíza vai assinar
salvo-conduto para esse rapaz matar quem
quiser."

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