As 27 mil pessoas que foram ao Maracanã
neste sábado, dia do primeiro teste para a
Copa das Confederações, viram dois estádios:
um moderno, confortável e bem equipado
para atender ao público; e outro fechado, em
obras e sem condições algumas de receber
torcedores.
Dividido em dois, o futuro palco da final da
Copa do Mundo de 2014 abriu neste final de
semana só sua metade pronta a convidados e
imprensa. A segunda metade, a inacabada, foi
escondida por tapumes e um esquema de
segurança rigoroso, que impediu a
movimentação de todos que assistiram ao
amistoso entre amigos de Ronaldo e Bebeto.
Todos os espectadores, evidentemente, foram
acomodados na metade pronta do Maracanã.
Sentaram-se em cadeiras, desfrutaram de
sistemas de som e iluminação excelentes,
além de banheiros e bares dignos de um
estádio de Copa.
Das suas cadeiras, porém, eles puderam ver,
ainda que ao longe, a metade ainda em obras
do Maracanã. Viram cabines de imprensa em
construção, arquibancadas sem cadeiras e até
banheiros químicos que serão usados no dia-
a-dia da reforma do estádio, que ainda não
foi concluída, ao contrário do que havia sido
prometido pelo governo do Rio.
Do lado de fora, na metade inacabada, viram
também montanhas de entulho, tratores e
materiais de construção fechando alguns dos
principais acessos do estádio. Passaram,
inclusive, por calçadas que na noite do
primeiro teste ainda eram terra pura.
Apesar disso tudo, quem foi ao estádio fez
mais elogios que reclamações. Os shows na
reabertura do Maracanã agradaram e o
amistoso com ex-craques também. Teve 13
gols e terminou 8 a 5 para o time de Ronaldo
"É muito bom estar aqui depois de tudo o que
fizemos", afirmou José Clementino Santos
Neto, operário convidado.
Os maiores problemas da reabertura do
Maracanã foram a falta de transporte no final
do jogo, a segurança e a estrutura precária
oferecida à imprensa.
O que deu certo?
Gramado
Com a manutenção em dia, o gramado do
novo Maracanã foi um dos destaques da festa
de reabertura. O estádio apresentou um
autêntico tapete verde e proporcionou belas
jogadas durante a partida festiva. Em uma
delas, Ronaldo aplicou o drible do elástico e
marcou um gol.
Som, imagem e iluminação
Talvez o principal destaque da festa de
reabertura. Acostumado com a situação
precária no antigo Maracanã, o torcedor pôde
acompanhar todos os detalhes através de
quatro telões de alta definição. Além disso, o
sistema de som e iluminação esteve
impecável.
Conforto
O torcedor teve conforto para assistir ao
amistoso de confraternização. As novas
cadeiras dobráveis agradaram bastante e
proporcionaram tranquilidade aos operários
que ajudaram a reerguer o estádio. Os lugares
também foram respeitados.
O que não deu certo?
Mobilidade
Os torcedores reclamaram bastante das ruas
fechadas e dificuldade para chegar ao
Maracanã. A mobilidade foi um dos pontos
que deixou a desejar na festa de
reinauguração do estádio. O problema se
repetiu na saída da nova arena e chateou os
convidados.
Segurança
As manifestações do lado de fora do Maracanã
incomodaram os pedestres. Os confrontos
com a Polícia Militar deixaram feridos e
alguns manifestantes foram presos. O
episódio assustou famílias que passavam pelo
local. Os cambistas também atuaram
livremente no entorno do estádio.
Imprensa
Os jornalistas tiveram estrutura reduzida para
trabalhar. O estádio dispôs de uma rede sem
fio de internet. Porém, não havia tomada para
carregar equipamentos. Além disso, a
circulação pela parte interna do Maracanã foi
limitada e barrada com truculência pelos
seguranças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário