terça-feira, 16 de abril de 2013

Eleito passa a ser questionado no próprio chavismo

Além da pressão da oposição, que demonstrou
força eleitoral ao crescer e praticamente
empatar com o chavismo, o presidente
Nicolás Maduro também já está sendo
questionado internamente pelos resultados
eleitorais.
No discurso após ser proclamado presidente
eleito, Maduro mostrou a dificuldade do
chavismo de ajustar o discurso sobre as
maiorias e o modelo de democracia
participativa como superior à democracia
representativa com a atual fotografia das
urnas.
Disse ele que a Venezuela é formada agora
por "duas metades", uma metade majoritária
e uma metade minoritária. "Um voto é um
voto e repetimos. Triunfamos. Eles pretendem
ferir a maioria e a vontade popular", disse.

O herdeiro escolhido por Hugo Chávez, morto
vítima de câncer em março, está sendo alvo
de forças que atuam em direção contrária.
Aliados como o ex-presidente brasileiro Lula
apelam por moderação política e econômica --
um general venezuelano chegou a dizer a
interlocutores que "Lula deve ser para
Maduro o que Fidel [Castro] foi para Chávez".
Já grupos dentro do chavismo consideraram
os resultados como um chamado ao debate
interno e à aceleração de medidas
"socialistas", como o avanço do Estado
Comunal.
As leis comunais, aprovadas em 2010, ainda
têm de ser regulamentadas. Propõem a
criação formal de comunas, território
resultante da reunião de conselhos
comunitários, com eleição direta. O país já
tem várias em formação.
Enquanto isso, no Twitter, o chavista que
preside a Assembleia, Diosdado Cabello, pedia:
"Busquemos nossas falhas até debaixo das
pedras, mas não podemos pôr em risco a
pátria nem o legado de nosso comandante".
O militar reformado Cabello, para muitos
chavistas um representante da "direita
endógena" no movimento, é considerado rival
natural de Maduro, embora tenham mostrado
coordenação na reta final da doença de
Chávez e na campanha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário