O Governo do Distrito Federal convocou nesta
segunda-feira (15) uma coletiva de imprensa
para informar que irá adiar mais uma vez a
entrega do Estádio Nacional Mané Garrincha,
palco da abertura da Copa das Confederações
(15 de junho). A data de entrega do estádio, o
mais caro da Copa, orçado atualmente em
cerca de R$ 1,5 bilhão, deixa de ser o
próximo domingo e passa a ser dia 18 de
maio.
A nova data, a quarta anunciada pelo governo
do DF até agora, estoura o limite estabelecido
pela Fifa em janeiro deste ano para estádios
que serão utilizados na Copa das
Confederações.
Quando foi anunciado um novo atraso na
entrega da arena, em janeiro deste ano, o
secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke,
afirmou: "Preferíamos que o estádio tivesse
sido entregue em dezembro de 2012,
conforme prometido inicialmente. Agora
estamos trabalhando com o prazo de meados
de abril, e não há possibilidade de ocorrer
novo atraso. Este é ultimo dos últimos
prazos".
O COL (Comitê Organizador Local da Copa
2014) afirmou, através de sua assessoria de
imprensa, que acompaha o caso "com
preocupação", e que a direção se reunirá com
o governador do DF nesta terça-feira antes de
anunciar uma posição oficial.
A entrega arena será no dia 18 de maio,
quando será realizada a final do Campeonato
Candango. De acordo com o secretário
Extraordinário da Copa 2014 no Distrito
Federal, Cláudio Monteiro, o atraso acontece
porque a área do campo de jogo ainda não
passou por terraplanagem, e a grama ainda
não foi plantada. "Seria como inaugurar uma
casa de espetáculos sem o palco", explicou o
secretário.
Ainda segundo ele, o novo atraso no
cronograma aconteceu em virtude das chuvas
que caem sobre a cidade. Durante uma visita
ao canteiro do Mané Garrincha
Foi constatado a presença de
diversos focos de trabalho ao redor da arena
e muitas coisas ainda por fazer, tais como:
pavimentação das áreas externas, colocação
do revestimento feito de vidro da estrutura do
edifício principal do estádio, execução dos
projetos de urbanização e paisagismo do
entorno da arena, instalação de placas de
sinalização e remoção de entulho e
equipamentos de obra.
O secretário Cláudio Monteiro adiciona ainda
a esta lista a instalação de placar eletrônico ,
telões, catracas, elevadores, sinalização
interna e colocação das cadeiras de
arquibancada. Para ele, atrasar a entrega é
um ato de responsabilidade. "Vamos
inaugurar com tudo completo e funcionando",
afirmou.
O Mané Garrincha fica dentro do Complexo
Ayrton Senna, que está em ruínas e assim
estará durante a Copa das Confederações.
Apesar disso, em propaganda oficial do
Governo do DF, o complexo é retratado como
uma "cidade do esporte".
Entorno em ruínas
Não é só o estádio da Copa em Brasília que
está em obras. O turista-torcedor que
desembarcar no Aeroporto Internacional de
Brasília para acompanhar a partida inaugural
da Copa das Confederações receberá uma
"revista" de propaganda do Governo do
Distrito Federal na qual consta uma cidade
muito diferente da que será conhecida dali a
pouco. No material, encontrado pelo
aeroporto e presente em vários táxis da
cidade, o Complexo Esportivo Ayrton Senna,
onde é construído o Estádio Nacional de
Brasília Mané Garrincha, é retratado sem
nenhuma conexão com a realidade.
Na propaganda do governo, produzida com
papel e impressão de alta qualidade, quadras
poliesportivas abandonadas ganham cores,
ginásios esportivos abandonados aparecem
como novos e prédios e pavilhões inexistentes
surgem construídos. Basta uma visita ao
complexo esportivo representado na peça
publicitária para perceber uma diferença
muito grande entre a realidade e o que é
apresentado a quem não conhece o local.
Pior que a propaganda fantasiosa, o governo
do Distrito Federal não possui nenhum plano
concreto com projeto, licitação, prazos e
estimativa de custo para a maior parte dos
aparelhos esportivos existentes ali.
"Esclarecemos que a imagem que consta no
folder é apenas uma ilustração da área central
de Brasília totalmente modificada", afirma a
nota da assessoria de imprensa da Secretaria
Especial da Copa 2014 do DF
"Não corresponde integralmente aos
projetos definitivos", afirma o governo.
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