O júri de 26 policiais militares acusados pela
morte de 15 presos do complexo
penitenciário do Carandiru será retomado
nesta quarta-feira (17) com a leitura de peças
do processo pelos jurados, de manhã, e, à
tarde, com os interrogatórios de quatro dos
24 réus presentes ao julgamento. O grupo
responde pelo crime de homicídio qualificado,
sobre o qual incide pena de 12 a 30 anos de
reclusão, por vítima, em caso de condenação.
Como os réus respondem ao processo em
liberdade, eles não são obrigados a participar
do próprio julgamento. Mesmo os que
decidirem se manifestar, podem optar por
permanecer em silêncio diante do juiz e da
acusação composta, neste júri, pelos
promotores Fernando Silva e Márcio Friggi de
Carvalho.
A advogada dos réus, Ieda Ribeiro de Souza,
não explicou, na terça-feira (16), por que
apenas quatro PMs falarão.
O segundo dia de júri, na terça-feira (16), foi
marcado pelos depoimentos das testemunhas
de defesa, três juízes corregedores da Vara de
Execuções, à época, o ex-secretário de
segurança pública Pedro Franco de Campos e
a juíza da 1ª Vara Criminal de Taubaté Sueli
Zeraik Armani. Além deles, depôs também a
testemunha mais aguardada pela defesa: o ex-
governador Luiz Antonio Fleury Filho.
Para Fleury, "a entrada da polícia foi
absolutamente necessária e legítima" no
Carandiru. Sobre a responsabilidade pelos 111
assassinatos de custodiados do Estado,
durante a ação da polícia, o ex-governador
afirmou: "A responsabilidade política era
minha; a criminal, caberá aos jurados
esclarecer".
Ouvido como testemunha de defesa, Fleury
falou durante cerca de 40 minutos e saiu
pelos fundos, longe do acesso da imprensa e
do público que frequenta o fórum. O segundo
dia foi encerrado com a leitura de peças,
laudos e depoimentos não levados a plenário
por defesa e acusação, aos jurados.
Após o interrogatório dos réus, começa a fase
de debates entre acusação e defesa: serão três
horas para cada, em função do número de
réus, em geral, é uma hora e meia para cada
--, com duas horas de réplica e tréplica para
cada ?o mais comum são duas horas. Só
depois dessas etapas o Conselho de Sentença
se reúne para analisar os quesitos da denúncia
referente a cada uma das 15 vítimas.
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