segunda-feira, 22 de abril de 2013

Acusado de contrabando, Sheik diz que não sabia que carros entraram ilegalmente no Brasil

O atacante Emerson Sheik, do Corinthians,
esteve na noite de domingo no programa De
Frente Com Gabi, do SBT, e aproveitou a
conversa com a apresentadora Marília
Gabriela para um raro momento em que
tocou no assunto contrabando: ele é acusado
de ter contrabandeado carros de forma ilegal
para o país, e assumiu a acusação durante a
entrevista.
“Sou acusado de contrabando, não mais de
lavagem de dinheiro (anteriormente, ele
respondia à polícia também por esta
situação). Eu não fiz nada de errado enquanto
eu era criança, quando eu poderia fazer.
Então prefiro ir lá atrás no meu passado para
mostrar que não é possível que, depois de
tudo que conquistei, eu me envolver com
isso”, disse o jogador.
Ele tentou explicar o caso, e foi elogiado pela
apresentadora pelo sinceridade. “Comprei os
carros de uma pessoa muito amiga, que
estava sempre comigo e com meus filhos. Eu
não sabia, mas os carros entraram ilegalmente
no Brasil. Mas não sou só eu que está
envolvido no problema, é meu nome que está
‘bombando’, mas são mais de 100 pessoas
envolvidas, que compraram de boa fé e
acabaram sendo enganadas. Eu já tinha
vendido os carros há seis meses quando a
polícia começou a ir atrás do caso”, declarou
Sheik.

Outra polêmica que pautou o programa foi o
caso de adulteração de idade pelo qual
Emerson passou quando mais jovem. O
jogador, cujo nome verdadeiro é Marcio
Passos de Albuquerque, alterou a idade em
três anos para permanecer por mais tempo
como jogador de base no São Paulo.
“Isso acontece muito com quem está iniciando
a carreira. Falo sobre isso ‘de boa’ e falo para
que os pais não repitam com os filhos o erro
que cometi. Minha infância era muito difícil.
Hoje eu tenho 34 anos, penso diferente. Hoje
eu não permitiria (adulterarem sua idade). Na
época, permiti. Sabia de tudo”. afirmou.
“Era uma oportunidade que eu estava vendo.
Queria um lugar para morar, comer. E eu
sabia que isso eu encontraria no clube (São
Paulo). Depois percebi que não precisava, mas
decidi continuar. Minha mãe pedia para eu
voltar (a usar a verdadeira certidão), mas eu
não tinha coragem. Fui levando até que não
deu mais.  Estourou na minha negociação do
Japão para o Catar.  O rapaz que cuidava das
minhas coisas no Japão descobriu e me
chantageou. Não aceitei e ele entregou pra
polícia. De férias no Brasil a polícia me
prendeu”, explicou Sheik.

O jogador também relembrou os problemas
da infância em Nova Iguaçu-RJ, assunto que
costuma emocioná-lo. “(Na infância) Era tudo
muito difícil. Tiroteio atrás de casa. Os caras
cheirando e fumando no quintal de casa.
Matavam alguém e jogavam no nosso
quintal.  Era um terreno invadido, mas era o
lugar que os ‘caras’ acertavam as contas”,
contou.
“Às vezes a gente estava dormindo e era
acordado com bala, com gente correndo pelo
quintal. Tive muitos amigos que optaram por
seguir o ‘outro caminho’. Alguns morreram,
outros foragidos, envolvidos com a
criminalidade. Nova Iguaçu faz parte ainda da
minha realidade. Tenho uma escola lá.  O
bairro precisava, as crianças precisavam de
boa educação. Minha ideia é nunca abandonar
Nova Iguaçu”, completou.
Por fim, o jogador evitou comentários
profundos sobre o caso Kevin Espada, o
jovem morto nas arquibancadas do jogo entre
San Jose e Corinthians, em Oruro. Após
hesitar para responder, comentou: “Acho que
quem fez foi muito infeliz. É difícil falar
porque eu ainda jogo pelo clube, posso ser
interpretado de maneira errada.”

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