quarta-feira, 1 de maio de 2013

Silicone aumenta chance de morte por câncer de mama, diz estudo

Mulheres com implantes de silicone nos seios
e que desenvolvem câncer de mama têm mais
chances de morrer da doença, sugere uma
pesquisa canadense.
Segundo o estudo, divulgado na publicação
britânica British Medical Journal, as próteses
não são as causadoras dos tumores, mas
dificultam o diagnóstico do câncer em seus
estágios iniciais.
Os autores da pesquisa, o epidemiologista Eric
Lavigne e o professor Jacques Brisson, ambos
da Universidade de Quebec, analisaram os
resultados de 12 estudos publicados desde
1993 nos Estados Unidos, Canadá e no Norte
da Europa.
Eles concluíram que mulheres com silicone
tem 26% mais chances de serem
diagnosticadas com câncer nos estágios
avançados da doença - justamente porque a
prótese impediu o diagnóstico no estágio
inicial. Uma análise de cinco estudos mostrou
que a chance de morte entre pacientes com
prótese aumenta 38%.
Cautela
O estudo afirma que a presença do silicone
dificulta a identificação do câncer por exames
de raio-X e mamografias. Em contrapartida, o
implante pode facilitar a detecção manual dos
tumores porque fornece uma superfície
contra a qual o nódulo se apoia.
"A pesquisa sugere que a cirurgia cosmética
para aumento dos seios pode prejudicar o
índice de sobrevivência entre mulheres que
posteriormente são diagnosticadas com
câncer de mama", afirmaram os
pesquisadores.
No entanto, eles ponderam que os resultados
devem ser interpretados com cautela, porque
os dados de alguns estudos não se encaixam
nos critérios da meta-análise, um método de
pesquisa que tenta combinar resultados de
estudos independentes sobre um único tema.
Os canadenses defendem a necessidade de
mais estudos para investigar os efeitos a
longo prazo dos implantes cosméticos de
mama na identificação e prognóstico de
câncer.
Segundo dados da Sociedade Internacional de
Cirurgia Plástica, em 2011 foram realizadas
quase 149 mil cirurgias de aumento dos seios
no Brasil, colocando o país atrás somente dos
Estados Unidos no ranking do número de
mulheres que realizam a cirurgia. Em todo o
mundo, foram 1,2 milhão de cirurgias.

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