terça-feira, 23 de abril de 2013

Gigante global de ensino terá cerca de 14% do mercado brasileiro

Em uma operação bilionária, o maior grupo
de educação do mundo, o brasileiro Kroton,
distanciou-se na liderança ao fundir-se com a
Anhanguera. As companhias farão uma troca
de ações, avaliada em R$ 5 bilhões.
Segundo o censo de educação de 2011, a
participação de mercado aproximada das duas
empresas é de 14% --1 milhão de alunos em
escolas de ensino básico e superior.
As marcas do grupo (como Unopar,
Anhanguera Pitágoras e Unic) serão mantidas.
Análise: Consolidação do mercado de
educação tem queimado etapas
A nova gigante chega ao valor de mercado de
cerca de US$ 5,8 bilhões (R$ 13 bilhões) --
duas vezes o tamanho da vice do setor, a
chinesa New Oriental (US$ 2,9 bilhões).
A operação foi bem recebida pelo mercado de
capitais: as ações das duas empresas se
valorizaram ontem. As da Kroton fecharam
em alta de 8,38%, e as da Anhanguera, com
valorização de 7,76%.
As companhias irão submeter a operação ao
Cade em dez dias. O conselho de defesa
econômica informou, no entanto, que só será
considerado após o julgamento de quatro
casos pendentes (3 da Anhanguera e 1 da
Kroton).
Existe a possibilidade de o colegiado analisar
todas os casos em conjunto.
Há, no entanto, pouca sobreposição nas
operações de Kroton e Anhanguera, diz
Rodrigo Galindo, principal executivo da
Kroton e futuro presidente-executivo da
companhia resultante da fusão.
Apenas 4 cidades, das 80 em que atuam,
mantêm unidades dos dois grupos. No ensino
à distância, há sobreposição de 10%, diz
Galindo.

CLASSES C E D
Além do tamanho, Kroton e Anhanguera
possuem trajetórias semelhantes. Apoiadas por
grupos financeiros, lideraram uma expansão
agressiva nos últimos anos, buscando alunos,
principalmente, das classes C e D.
Com a fusão, o objetivo é ampliar essa
estratégia. De acordo com Ricardo Scavazza,
presidente da Anhanguera, o governo será um
grande impulsionador, por meio do Fies, de
financiamento estudantil. Os grupos têm 120
mil alunos no programa.
"Queremos apoiar o governo no objetivo de
levar a penetração do ensino superior no
Brasil de 14,6% para 33% da população até
2020", afirma Galindo.
Segundo o executivo, não há planos de novas
aquisições nem de expansão internacional nos
próximos anos. "Após aprovação do Cade,
vamos nos dedicar à integração e ao
crescimento orgânico."

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