segunda-feira, 22 de abril de 2013

Defesa de Bola tenta conseguir suspensão de julgamento

A defesa do ex-policial Marcos Aparecido dos
Santos, o Bola, acusado de ser o matador de
Eliza Samudio, a ex-amante do goleiro Bruno
Fernandes de Souza, pediu a suspensão do
julgamento logo na abertura da sessão, ainda
na fase das preliminares. A juíza Marixa
Rodrigues analisa o pedido.
O advogado Ércio Quaresma alegou que há
recursos de 2010 do Ministério Público
tramitando em instâncias superiores da Justiça
sobre o caso. Por isso, ele entende que é
preciso aguardar essas decisões do recurso
para realizar o julgamento.
Ele usou como argumento também a ausência
de uma testemunha, um jornalista que foi
absolvido pela Justiça de um crime, depois de
ser denunciado pelo delegado Edson Moreira,
o mesmo que presidiu o inquérito do caso
Eliza.
O terceiro motivo é a ausência da delegada
Alessandra Wilke, que participou das
investigações e está em diligência em
Ipatinga.
O Ministério Público foi contra os pedidos da
defesa de Bola, que é acusado de ser o
matador de Eliza e de ter ocultado o corpo.
As colocações da defesa do ex-policial foram
feitas logo na abertura da sessão pela juíza
Marixa Rodrigues. Após resolver todas essas
preliminares e confirmado o julgamento, terá
início a formação do conselho de sentença.
OUTROS ACUSADOS
Eliza foi morta em junho de 2010, seis dias
depois de ser levada do Rio para Minas. Seu
corpo nunca foi encontrado.
Até agora, três réus foram condenados. O
goleiro pegou 22 anos e três meses de prisão.
Seu ex-secretário Luiz Henrique Romão, o
Macarrão, 15 anos. Fernanda Castro, sua ex-
namorada, seis anos em regime aberto.
Dayanne Rodrigues, a ex-mulher, foi
absolvida. Jorge Luiz Rosa, então adolescente,
primo de Bruno, cumpriu medida
socioeducativa
PRÓS E CONTRAS
Segundo o Ministério Público, pesa contra
Bola a revelação feita por Bruno de que fora
ele o contratado por Macarrão para matar
Eliza.
Além disso, são muitos os telefonemas e
mensagens trocados entre Bola e Macarrão na
véspera, no dia e após o crime, como
demonstrado na quebra de sigilo telefônico.
Bola, que tem processo na corregedoria de
polícia por suposta participação em grupo de
extermínio, diz que as ligações eram para
pedir um clube de futebol para o filho.
A favor dele, disse o advogado Fernando
Magalhães, pesa o fato de Macarrão ter dito
que levou Eliza para morrer a mando de
Bruno, mas que não viu o rosto do homem
para quem a entregou.
O promotor Henry Castro pediu nova
investigação contra o policial aposentado José
Lauriano de Assis Filho, o Zezé, e poderá
denunciá-lo. Seria outro ponto a favor.
As investigações mostraram que Zezé trocou
37 telefonemas e mensagens com os
principais personagens na época da morte de
Eliza. Mas ele não foi indiciado.
O promotor disse que Zezé sempre foi
suspeito, mas que os indícios não eram
suficientes. Um policial também é investigado.
Para a defesa, se existe a possibilidade de
novos réus, há dúvidas sobre a autoria. "A
ideia é mostrar que a investigação é
perniciosa."
Depois de Bola, mais dois réus irão a
julgamento, desta vez por sequestro e cárcere
privado do filho de Bruno e Eliza. Elenilson
Silva, foi caseiro do goleiro e Wemerson
Souza, amigo.
Eliza morreu por cobrar pensão para o filho
que teve com o goleiro, que na época recebia
R$ 300 mil por mês.

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