segunda-feira, 15 de abril de 2013

Presidente da Câmara dos Deputados diz que vai devolver dinheiro de obra em residência oficial

O presidente da Câmara, deputado Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN), disse nesta
segunda-feira que irá devolver R$ 8.700
gastos com a instalação de uma cobertura ao
lado da piscina da residência oficial Câmara. A
Folha revelou hoje que, a pedido de Alves, foi
construído no local um deck com recursos
públicos.
Alves afirmou que mandou construir a
cobertura porque não havia nenhuma sombra
perto da piscina, o que inviabilizaria sua
utilização, e que decidiu devolver o dinheiro
porque não era algo que já existia na casa.
Duas árvores foram cortadas para dar lugar
ao deque.
Com relação aos gastos com enxoval, o
deputado afirmou que não irá restituir os
valores por considerar que são utensílios que
compõem a Casa independentemente de sua
vontade.
A Câmara gastou R$ 4.000 com a compra de
nove colchas de casal, dois jogos de lençol, 5
toalhas de banho, 8 colchas de solteiro, 4
travesseiros e 7 toalhas de piso. Um único
lençol custou R$ 599,00. Segundo uma loja
especializada de Brasília, por esse valor é
possível adquirir um lençol de "600 fios,
toque acetinado e de puro algodão". Outras
quatro colchas de solteiro saíram pelo total
de R$ 796,00.
No total, a Câmara desembolsou R$ 24 mil
com a reforma e as compras para a
residência oficial, segundo números
fornecidos pela assessoria de imprensa. O
deputado vai morar no local, à beira do lago
Paranoá, por um ano e dez meses, quando
termina seu mandato na presidência da
Câmara.
Segundo a direção da Casa, outras obras serão
necessárias, pois nas gestões "dos últimos
presidentes não foram feitas reformas, mas
sim serviços rotineiros de manutenção".
"A residência oficial, que tem estrutura e
acabamentos das décadas de 60 e 70, carece
de diversas reformas que vêm sendo adiadas
por décadas", informou a Coordenação de
Projetos da Casa, em resposta a um pedido
feito pela Folha por meio da Lei de Acesso à
Informação.
Na resposta, a Câmara informou que em
2011, pouco antes da entrada do ex-
presidente Marco Maia (PT-RS), foi realizada
uma obra no valor de R$ 182 mil. Tratou-se
da construção de um bloco de apoio
"destinado a abrigar instalações de serviços"
de servidores como motoristas e seguranças.

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