Um dos dois principais suspeitos pelas
explosões na Maratona de Boston, que
deixaram três mortos e mais de 170 feridos
na última segunda-feira (15), foi morto
durante uma megaoperação policial na cidade
de Watertown, nos arredores de Boston, em
Massachusetts (EUA), na madrugada desta
sexta-feira (19).
De acordo com a polícia, o suspeito, cuja
identidade foi revelada mais tarde como
Tamerlan Tsarnaev, 26 , e que aparece nas
imagens divulgadas pela FBI (polícia federal
norte-americana) com um boné preto, foi
baleado durante o confronto. Ele chegou a ser
socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
"Um dos suspeitos morreu, o outro está solto,
armado e é perigoso", confirmou o
comissário da polícia de Boston, Edward F.
Davis.
"Nós acreditamos que esse homem é um
terrorista. Acreditamos que ele veio até aqui
para matar pessoas", declarou o comissário.
Ainda segundo ele, o suspeito praticou um
assalto a uma loja de conveniência na noite
de quinta-feira (18).
O segundo suspeito, que continua foragido (à
esquerda na imagem, de boné branco) foi
também identificado como Dzhokhar A.
Tsarnaev, 19 , de acordo com a imprensa
americana. Os suspeitos seriam irmãos de
nacionalidade russa, provenientes de uma
região próxima à Tchechênia, e moram
legalmente nos Estados Unidos há no mínimo
um ano.
O governador de Massachusetts, Deval Patrick,
também confirmou que um suspeito foi morto
e que o outro continua foragido, além
da morte de um policial do MIT (Instituto
de Tecnologia de Massachusetts) . "Esta é
uma situação muito séria, estamos levando
isso muito a sério e pedimos que as pessoas
sigam simples instruções para que fiquem
seguras", disse durante declaração oficial, por
volta das 9h de hoje (horário de Brasília).
A polícia do Estado de Massachusetts pediu,
por meio de sua conta oficial no Twitter, que
os moradores de Watertown não saiam de
suas residências e só abram a porta de casa
para a polícia. As autoridades suspenderam
temporariamente o transporte na área
metropolitana de Boston e decretaram toque
de recolher na cidade de Watertown.
Em um comunicado, a Casa Branca informou
que o presidente dos EUA, Barack Obama, está
sendo informado sobre a evolução dos
acontecimentos e da investigação no caso pela
assistente de Segurança Nacional e
Antiterrorismo, Lisa Mónaco. Ontem (18),
Obama participou de um ato ecumênico em
homenagem às vítimas do atentado, na
Catedral da Santa Cruz de Boston. "Sim, nós
vamos encontrá-lo e vamos fazer justiça! Nós
vamos terminar a corrida! Não podemos
deixar algo como isso nos parar", disse na
ocasião.
Suspeitos possuíam armas e detonaram
bomba
De acordo com reportagem do jornal "The
New York Times", dois moradores contaram à
polícia que presenciaram o momento em que
dois jovens, com armas e explosivos no que
pareciam ser mochilas, entraram em
confronto com dezenas de policiais em uma
rua de Watertown.
Um policial de trânsito chegou a ser baleado,
informou um porta-voz da polícia, Dave
Procopio. Segundo ele, o oficial está em
estado grave.
Andrew Kitzenberg, 29, disse que viu os dois
suspeitos trocando tiros com a polícia.
Segundo ele, a dupla estava de posse de uma
grande bomba.
"No meio do tiroteio, eles acenderam a
bomba e jogaram", lembra. Andrew falou
ainda que o artefato explodiu, e um dos
jovens correu em direção ao local onde havia
policiais. O suspeito foi derrubado, mas
Kitzenberg não soube dizer se ele foi baleado.
Outra moradora, Loretta Kehayias, 65, contou
que a explosão "iluminou toda a casa. Eu
gritei. Eu nunca vi nada como isso, nunca,
nunca, nunca."
Ainda segundo o morador Andrew Kitzenberg,
o outro jovem entrou em um carro e fugiu. O
porta-voz da polícia, Dave Procopio, informou
que um suspeito foi levado para um hospital
da região e outro está "à solta". Ele
confirmou que foram encontrados explosivos
e que as unidades antibomba foram
acionadas.
Moradores relatam confronto entre
suspeitos e polícia
Moradores da cidade relataram que a
madrugada foi de caos em Watertown por
causa da grande operação realizada pela
polícia. Muitos contaram que ouviram vários
tiros e explosões por volta de 1h (0h horário
de Brasília).
O taxista Imran Sais conta que estava na
esquina de uma rua, em frente a uma
lanchonete, quando ouviu uma explosão.
"Ouvi um grande estrondo e, em seguida,
uma rápida sucessão de barulhos que soavam
como vindos de armas automáticas. Depois
disso, escutei uma segunda explosão", lembra.
O motorista fala ainda que tentou se
aproximar para saber o que estava
acontecendo, mas moradores da área gritaram
das janelas das casas: "É tiroteio! Não vá por
este caminho!"
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